Na ONU, Ernesto Araújo critica ‘sacrificar a liberdade em nome da saúde’

Durante discurso no Conselho de Direitos Humanos da ONU, nesta segunda (22), o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, fez críticas às restrições adotadas para conter a pandemia e à censura em redes sociais.

“As liberdades fundamentais são hoje ameaçadas por desafios crescentes, e a crise da Covid apenas contribuiu para exacerbar estas tendências. Sociedades inteiras estão se habituando à ideia de que é preciso sacrificar a liberdade em nome da saúde”, disse Ernesto, em um vídeo gravado. A reunião ocorre de modo virtual por conta da pandemia.

“Não critico as medidas de lockdown e semelhantes, que tantos países aplicam, mas não se pode aceitar um lockdown do espírito humano, o qual depende da liberdade e dos direitos humanos para exercer-se em sua plenitude”, prosseguiu.

A fala do Chanceler ecoa os discursos do presidente Jair Bolsonaro, que fez muitas críticas às medidas de isolamento social determinadas por prefeitos e governadores, como forma de conter o avanço da Covid-19.

O ministro também criticou o controle de informações em redes sociais. “O grande desafio de hoje é aquilo que chamo de tecnototalitarismo, o bloqueio de plataformas e sites até o controle de conteúdos e informações, das medidas judiciais e leis que criminalizam atividades online até o emprego abusivo ou equivocado de algoritmos. A maré crescente de controle da internet por diferentes atores, movidos por objetivos econômicos ou ideológicos, precisa ser detida”.

Ernesto pediu que os outros países avancem os debates sobre este tema. “Nossa tarefa é garantir que as tecnologias sirvam para engrandecer o ser humano, e não para submetê-lo ou apequená-lo, transformando cada homem e mulher em uma simples coleção de dados a serem explorados”, disse.

Nos últimos meses, plataformas como Twitter, Instagram e Facebook tomaram medidas de censuras extremas com a desculpa de conter a “circulação de notícias falsas”, que em seu entendimento são efetuadas por conservadores e pela direita.

O caso de maior repercussão, foi o banimento do perfil do ex-presidente dos EUA Donald Trump, de todas as redes sociais globalistas, por se pronunciar aos seus mais de 80 milhões de seguidores em apenas uma das plataformas.

As sessões do Conselho de Direitos Humanos da ONU ocorrem ao menos três vezes por ano. A atual, a 46ª, começou nesta segunda (22) e vai até 23 de março.

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