Querem desestabilizar o Brasil e a Rússia.

A escalda de tensões na Rússia iniciou-se após a prisão de Alexei Navalny. Já no Brasil, a campanha para eleição presidencial nos Estados Unidos, foi marca com discursos de Biden ameaçando a soberania do Brasil sobre a Amazônia Brasileira, sendo corroborada pelas falsas narrativas de Emanuel Macron e outros líderes europeus.

O opositor russo Alexei Navalny compareceu hoje (2) a um tribunal, acusado de ter violado uma ordem judicial, que pode resultar na sua prisão por vários anos, mesmo com a pressão dos Estados Unidos , União Européia e dos protesto que ocorrem nos últimos dias na Rússia.

Atualmente Navalny está preso e foi levado ao tribunal para audiência aberta, por estar sendo acusado de violar um controle judicial e se for considerado culpado, pode ser condenado a até mais de três anos de prisão.

Do lado de fora, pelo menos 20 pessoas foram detidas pela polícia depois de aliados do Navalny terem convocado um protesto, proibido pelas autoridades, em frente ao tribunal.

Ele retornava a seu país natal pela primeira vez desde que foi envenenado na Sibéria em agosto de 2020. Em 2014 ele foi condenado por fraude, num processo considerado politicamente motivado e declarado ilícito pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos.

Alexei Navalny

O seu envenenamento e a sua posterior detenção desencadearam o maior protestos na Rússia nos últimos anos e levaram a novas tensões entre o país e o ocidente.

O Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia possui informação de que agentes de serviços de inteligência estrangeiros estão trabalhando com o opositor russo Aleksei Navalny.

Durante declaração a jornalistas, Peskov afirmou:

“Não é o paciente [Navalny] que trabalha com serviços de inteligência ocidentais, mas [sim] os serviços de inteligência ocidentais que trabalham com ele […] De fato, existe tal informação [da cooperação de Navalny com serviços secretos], posso dizer mais precisamente – com ele estão trabalhando especialistas da Agência Central de Inteligência [CIA, em inglês] dos EUA nestes dias.”

EUA

O secretário de Estado dos EUA condenou nas redes sociais “o persistente uso de métodos duros pelas autoridades russas contra manifestantes pacíficos e jornalistas” durante os eventos deste domingo (31/01), apelando a Moscou para que “liberte as pessoas detidas por exercerem os seus direitos humanos, incluindo Aleksei Navalny”.

Em resposta aos comentários do secretário de Estado dos EUA Antony Blinken, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia exige que Washington pare de interferir nos assuntos internos russos.

“A interferência grosseira dos EUA nos assuntos internos da Rússia é um fato tão comprovado quanto a promoção de informações falsas e incitações a ações não autorizadas através das plataformas de Internet controladas por Washington. O apoio do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à violação da lei é mais uma confirmação do papel de Washington nos bastidores. Não há dúvida de que as ações destinadas a encorajar os protestos fazem parte da estratégia de contenção da Rússia”, publicou a Chancelaria russa na sua página no Facebook.

Neste contexto, o ministério russo exigiu “o fim da interferência nos assuntos internos de Estados soberanos”, lembrando a responsabilidade pela propagação de informações falsas relativamente às ações não autorizadas.

Além de Antony Blinken, a embaixada dos EUA na Rússia tem divulgado vários tweets sobre os protestos, acusando as autoridades russas de “detenção de ativistas, jornalistas e bloqueio do centro de Moscou”.

UE

O governo russo disse nesta terça (02), esperar que a União Europeia (UE) não cometa a “insensatez” de condicionar suas relações com Moscou ao destino do opositor Alexei Navalny.

“Esperamos que ninguém cometa a insensatez de vincular as relações Rússia-UE ao destino de um interno em um centro de detenção”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, dias antes da visita do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e depois de a UE denunciar a repressão contra o opositor, atualmente preso, e contra seus apoiadores.

“Se [o diplomata europeu] for o portador de uma mensagem dura, nosso ministro [das Relações Exteriores, Serguei Lavrov] responderá com a mesma severidade”, alertou Peskov.

Borrell exigiu ter acesso a Navalny, que está preso desde 17 de janeiro e se recupera de um envenenamento, do qual acusa o Kremlin.

Vários países europeus colocaram na mesa a possibilidade de impor novas sanções a Moscou, sobretudo, depois da repressão, por dois finais de semana consecutivos, das manifestações de apoio ao opositor preso desde 17 de janeiro.

BRASIL

O início da interferência do Governo Joe Biden ao Brasil, começou durante sua campanha na corrida presidencial nos Estados Unidos.

Na época ainda candidato democrata, Joe Biden, propôs que países de todo mundo se reúnam para fornecer 20 bilhões de dólares para a preservação da Amazônia e disse que o Brasil enfrentará “consequências econômicas significativas”, caso o país não pare a destruição da floresta e se ele for eleito.

Joe Biden

E iniciou a narrativa durante o debate presidencias dizendo:

“A floresta tropical do Brasil está sendo devastada, está sendo destruída”, disse Biden, afirmando que, se eleito, reunirá outros países para garantir 20 bilhões de dólares para a preservação da Amazônia.

E continuou dizendo:

Aqui estão 20 bilhões de dólares. Parem de destruir a floresta e se não pararem, então enfrentarão consequências econômicas significativas”, disse Biden.

Em 6 de janeiro, Gregory Meeks, novo presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, pediu a revisão da política de Washington para a Venezuela, um enfoque mais multilateral do país sob o comando de Biden, e prometeu promover os direitos humanos no Brasil.

Em entrevista à AFP, o parlamentar norte-americano disse que quer discutir com o presidente Jair Bolsonaro a marginalização das comunidades afro-brasileiras, indígenas e LGBT. Além disso, afirmou que pretende se unir a legisladores e ONGs brasileiras para tratar do tema.

Meeks considera que “há um papel que todos devem desempenhar, e se podemos estar de acordo e começar a falar e exercer a mesma pressão sobre os Bolsonaros do mundo, acho que podemos ter um grande impacto”.

Já o presidente da França, Emmanuel Macron, voltou a criticar o desmatamento na Amazônia no dia (12/01), afirmando que a Europa precisa investir mais no cultivo de soja em seu território, senão estará “endossando” o desflorestamento em terras brasileiras.

“Continuar dependendo da soja brasileira é endossar o desmatamento da Amazônia”, escreveu Macron nas redes sociais. “Somos coerentes com as nossas ambições ecológicas, estamos lutando para produzir soja na Europa!”, completou.

O texto acompanha um vídeo de 30 segundos, em que o presidente francês destaca que, “quando importamos a soja produzida a um ritmo rápido a partir da floresta destruída no Brasil, nós não somos coerentes” com as ambições ecológicas europeias.

“Nós precisamos da soja brasileira para viver? Então nós vamos produzir soja europeia ou equivalente”, acrescentou Macron.

Mensagem de Macron nas redes sociais

No Brasil, no dia (26/01), noves ex-ministros do Meio Ambiente do Brasil, incluindo Marina Silva, enviaram uma carta ao presidente da França, Emmanuel Macron, à primeira ministra da Alemanha, Angela Merkel, e à primeira ministra da Noruega, Erna Solberg, pedindo socorro para as populações mais frágeis e vulneráveis que vivem na Amazônia e que que estão sofrendo com a crise sanitária sem precedentes na região.

Assinam a carta: José Goldemberg, Rubens Ricupero, Gustavo Krause, Izabella Teixeira, José Sarney Filho, José Carlos Carvalho, Marina Silva, Carlos Minc e Edson Duarte.

No documento, eles dizem que  nem o governo federal nem os governos locais possuem meios indispensáveis para socorrer as populações.

Ressaltam ainda que a Amazônia está sendo devastada “por dupla calamidade pública, ambiental e de saúde”. “Incêndios criminosos, em larga escala, durante o período de estiagem, agravaram enormemente os problemas respiratórios causados pela pandemia da Covid-19, contribuindo para a elevada taxa de óbitos na Amazônia”.

A narrativa absurda feita na carta, pede que os líderes europeus façam uma intermediação com os governos de outros países desenvolvidos para um “urgente pedido de socorro que lhes dirigem os necessitados habitantes das nossas florestas, tão severamente assolados pela pandemia”.

Confira na íntegra:

Está claro que narrativas que vem sendo criadas estão escalando e demonstram um imenso interesse em não só desestabilizar, mas interferir para impor seus interesses.

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