“Forças Armadas não estão se metendo nas eleições. Elas foram convidadas”, diz Bolsonaro

Em transmissão ao vivo pelas redes sociais nesta quinta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que as Forças Armadas “não estão se metendo nas eleições”. A declaração ocorre após  presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Edson Fachin, dizer que “Quem trata de eleições são as forças desarmadas”.

O presidente disse que os militares foram convidados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para participar do processo de outubro deste ano.

“Eu não dei de onde ele [Fachin] está tirando esse fantasma de que as Forças Armadas querem interferir na Justiça Eleitoral. As Forças Armadas não estão se metendo nas eleições. Elas foram convidadas. […] Não se refira dessa forma às Forças Armadas. É uma forma bastante descortês de tratar uma instituição que presta, em várias áreas, excelentes serviços ao Brasil”, disse Bolsonaro.

Em 2021, o então presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, criou uma comissão de transparência das eleições e convidou as Forças Armadas para indicarem um representante para participar do colegiado.

Na live, Bolsonaro disse que Fachin, agora como presidente, tem poder para revogar a medida de Barroso.

“Não estou pedindo para o senhor fazer isso, não. Mas o senhor pode revogar a portaria. Enquanto a portaria estiver em vigor, as Forças Armadas estão convidadas. Não existe interferência. Ninguém quer impor nada, ninguém quer atacar as urnas eletrônicas, atacar a democracia. Nada disso”, prosseguiu Bolsonaro.

“Ninguém está incorrendo em atos antidemocráticos, pelo amor de Deus, está certo? A transparência das eleições, umas eleições limpas, seguras, transparentes, é questão de segurança nacional. Ninguém quer ter dúvidas”, complementou o chefe do executivo.

Fachin sobe o tom, rebate Bolsonaro e diz que instituições não permitirão ‘subversão do processo eleitoral’

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira, 13, que não permitirá a “subversão do processo eleitoral” e que, para isso, terão que tirá-lo da cadeira de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Durante a sua participação no Congresso Brasileiro de Magistrados, em Salvador, o magistrado rebateu, mais uma vez, uma fala do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Dizem que falo de fantasma. A violência tem gênero, números e graus. Não é um fantasma, não é assombração. A violência no Brasil é assombrosa, é trágica, é terrível” iniciou o ministro sobre o que classificou como “realidade pavorosa” que vive o país.

“A violência contra a imprensa e seus imprescindíveis profissionais, as ameaças à integridade física de magistrados e de seus familiares e os ataques das milícias digitais geradoras de insegurança cibernética. E o que é ainda mais triste: a bestialidade moral e simbólica dos discursos de ódio. A desinformação também tem forma, nome e origem. Não é fantasma. Não é um espectro, é um fato evidente”. completou. A declaração é uma resposta ao chefe do Executivo, que disse em sua live semanal na quinta-feira, 12, que não sabia de onde Fachin estava “tirando esse fantasma de que as Forças Armadas querem interferir nas eleições”.

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