Filho do senador Edison Lobão é suspeito de ter recebido R$50 milhões em propinas

O filho do ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, Marcio Lobão, foi preso nesta terça-feira em mais uma fase na operação lava-jato. De acordo com o Ministério Público Federal, ele era responsável por coletar propinas para a própria família, pagas por empresas envolvidas na construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e que firmavam contratos com a Transpetro.

Marcio Lobão foi preso no Rio de Janeiro. Já o ex-ministro e ex-senador não foi alvo nessa fase da operação. O procurador do Ministério Público Federal, Roberson Pozzobom, informou que o inquérito está baseado principalmente no depoimento dado pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em colaboração premiada.

Pelas contas do Ministério Público Federal, a família Lobão recebeu cerca de R$50 milhões de propina entre os anos de 2011 e 2014 apenas da construtora Odebrecht, mas outros 40 contratos estão sendo avaliados e os repasse indevidos podem chegar a um milhão. Por causa dessas vantagens ilícitas, o patrimônio de Marcio Lobão teria saltado de quase nove milhões para mais de 40 milhões em 10 anos. O procurador Pozzobom disse ainda que Marcio Lobão também foi acusado de lavagem de dinheiro, por causa das manobras para ocultar esse patrimônio.

A fase 65 da operação lava-jato foi batizada de Galeria, justamente por causa das operações envolvendo obras de arte, para lavar o dinheiro recebido em propina. Os agentes da Polícia e da Receita Federal também cumpriram 11 mandados de busca e apreensão no Rio em São Paulo e em Brasília, em endereços ligados a Lobão, a supostos operadores financeiros e em galerias de arte. A defesa de Marcio Lobão afirmou em nota que os fatos apresentados na denúncia são antigos e que os investigados sempre se prontificaram a colaborar com a justiça, o que mostra que a prisão é desnecessária e viola os princípios básicos do direito.

Já a Transpetro informou que vem apurando as denúncias de irregularidades, envolvendo os investigados e que é vítima nesses processos.

A Odebrcht foi procurada mas não respondeu até o fechamento dessa reportagem.

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