A revista britânica The Economist, publicou nesta quinta (03) um relatório em que afirma que o Brasil vive hoje “sua maior crise desde o retorno à democracia em 1985” e atribui a maior parte dos problemas ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
“Brasil Década Sombria”, diz o título da capa, que traz uma reportagem sobre o país, e os impactos da pandemia.
“Poucos países caíram tão rápido quanto o Brasil”, escreve a revista. “Nossa capa sobre América Latina nesta semana argumenta que se o Brasil quiser se recuperar, ele precisa reconhecer o que deu errado.”
“Bolsonaro não é a única razão pela qual seu país está num buraco”, afirma. “O sistema político que o ajudou a chegar ao cargo precisa de uma reforma profunda”.
Para a “Economist”, o Brasil está em retrocesso e em sua pior crise desde a redemocratização, em 1985. “Bolsonaro e Covid-19 são só os mais recentes em uma década de desastres”, segue a reportagem.
“O número de mortos no Brasil em covid-19 é um dos piores do mundo. O presidente, Jair Bolsonaro, brinca que as vacinas podem transformar as pessoas em jacarés”, afirma.
A revista contém sete reportagens em 11 páginas, traz uma imagem do Cristo Redentor usando uma máscara de oxigênio e a manchete “On the brink” (“Na beira”).
No artigo intitulado “Hora de ir embora”, a revista diz que o futuro do Brasil depende das eleições de 2022, e que a prioridade mais urgente do país é se livrar de Bolsonaro.
“Será difícil mudar o curso do Brasil enquanto Bolsonaro for presidente. A prioridade mais urgente é votar para retirá-lo do poder.”
“Seus desafios [do Brasil] são assustadores: estagnação econômica, polarização política, ruína ambiental, regressão social e um pesadelo ambicioso. E teve de suportar um presidente que está minando o próprio governo. Seus comparsas substituíram funcionários de carreira. Seus decretos têm forçado freios e contrapesos em todos os lugares”, diz o texto de abertura do relatório assinado pela correspondente do Economist no Brasil, Sarah Maslin.
OUTRAS EDIÇÕES
Quando a revista The Economist publicou em 2009, uma capa elogiando a economia brasileira e mostrando o Cristo Redentor decolando, os petistas comemoravam e diziam que até os “gringos” reconheciam o governo Lula.
Já em 2013, quando Dilma descumpria as promessas não apenas da campanha eleitoral, corte de gastos e de cargos comissionados, a The Economist faz um novo diagnóstico e mostra que o Brasil despencou.
Nota-se que a mesma revista que foi usada anteriormente como peça de marketing e agora estava a serviço de opositores, do capital estrangeiro, do estamento?
“Ao mesmo tempo, dia após dia, o Brasil e os brasileiros vão despencando junto com a economia nacional e começam a buscar uma saída. Os crimes eleitorais e de responsabilidade justificam o impeachment, mas o governo chama o processo constitucional de golpe e manipula as instituições para evitá-lo.
2016 está chegando. Quem sabe as ruas e o povo brasileiro pressionem as autoridades e coloquem fim a esse cenário triste. Mandato eletivo não é carta branca para gestão temerária”, disse a edição da revista.
Bolsonaro seria um “desastre” como presidente, diz a The Economist em 2018
Em 2018 , a revista publucou uma reportagem de capa, em que comparava Bolsonaro a Trump, nos EUA, e a Duterte, nas Filipinas, e diz que sua admiração por ditadores é “preocupante”
Para a revista britânica uma possível eleição de Jair Bolsonaro colocaria a democracia do Brasil e da América Latina em risco.
Segundo a publicação, veiculada desde 1843 e marcada pela defesa do liberalismo econômico e político, o presidenciável seria um “desastre” como presidente.
“Bolsonaro é o último de uma onda de populistas, que vai de Donald Trump nos EUA, a Rodrigo Duterte nas Filipinas e a uma coalizão de esquerda e direita com Matteo Salvini na Itália. Sua adesão a esse clube é, particularmente, desagradável”, disse a edição
THE ECONOMIST
The Economist é uma publicação inglesa de notícias e assuntos internacionais de propriedade da The Economist Newspaper Ltd. e editada em sua sede na cidade de Londres, no Reino Unido.
A publicação pertence ao The Economist Group, metade do qual é de propriedade da empresa britânica Pearson PLC, através do Financial Times.
Um grupo de acionistas independentes, incluindo muitos membros da equipe e do ramo britânico da família Rothschild de banqueiros, é dono do restante.
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