O ex-presidente do Conselho de Administração da Nissan Motor Carlos Ghosn disse ter evidências de que sua prisão foi um golpe para derrubá-lo, e que pretende divulgar os nomes dos responsáveis. A informação foi divulgada pelo canal de notícias Fox Business, dos Estados Unidos
Nessa segunda-feira (6), a Fox Business informou que um de seus repórteres entrevistou Ghosn no fim de semana, antes da coletiva que está marcada para amanhã (8).
Segundo o relato, Ghosn teria dito que pretende divulgar os nomes dos responsáveis pela sua prisão, e que eles podem incluir o nome de membros do governo japonês.
De acordo com a matéria, Ghosn teria dito ainda acreditar que “eles queriam retirá-lo” porque ele pretendia fundir a Nissan e a Renault.
Fuga
Fontes da NHK informam que imagens de múltiplas câmeras de segurança vêm dando pistas sobre como Carlos Ghosn saiu de Tóquio, antes de embarcar em um avião privado, em um aeroporto na região oeste do Japão.
O ex-presidente do conselho de administração da Nissan Motor chegou ao Líbano no dia 30 de dezembro, após passar pela Turquia. Ele estava em liberdade sob fiança e proibido de sair do Japão.
Investigadores afirmam que Ghosn deixou sua residência em Tóquio por volta das 14h30, no dia 29 de dezembro, e se encontrou com dois homens, possivelmente cidadãos americanos, em um hotel de luxo a cerca de 800 metros. Eles embarcaram em um trem-bala Shinkansen, saindo da estação de Shinagawa, em Tóquio e chegaram à estação de Shin-Osaka antes das 19h30.
Os três chegaram a um hotel de luxo perto do Aeroporto Internacional de Kansai logo após as 20h. Duas horas depois, os dois homens que acompanhavam Ghosn deixaram o hotel carregando dois enormes contêineres. Nenhuma câmera de segurança capturou imagens do empresário.
Depois da chegada ao aeroporto, por volta das 22h30, os dois homens embarcaram em um avião privado para a Turquia. O avião decolou por volta das 23h10.
Fontes dizem que os dois contêineres, declarados como bagagem de artigos musicais, não passaram por verificação de raio-x, nem sequer foram abertos por funcionários da alfândega.
A Promotoria de Tóquio e a polícia afirmam que Ghosn provavelmente se escondeu dentro de um desses contêineres.