Congresso dos EUA interfere com pretexto de reduzir impacto do desmatamento no Brasil

Parlamentares apresentaram no Congresso dos EUA projeto de lei para reduzir o desmatamento ilegal globalmente, restringindo o comércio de certas commodities agrícolas produzidas com esses métodos.

“O desmatamento continua a acelerar […]. É hora de usar o poder econômico e político dos Estados Unidos” para reverter essa tendência, afirma o senador democrata Brian Schatz

Schatz acrescenta que se o desmatamento fosse um país, “seria o terceiro maior emissor” de gases de efeito estufa. O deputado democrata Earl Blumenauer, por sua vez, salienta que a nova legislação poderia ter um grande impacto no comércio de países como Brasil e Indonésia.

“Temos alguns desafios reais para lidar com o Brasil […]. Chegará um momento em que haverá um novo governo no Brasil. Mas, enquanto isso, não podemos ignorar, pois eles estão removendo vastas áreas da Bacia Amazônica“, argumenta o deputado.

Vale ressaltar que restrições dos EUA e da Europa aos produtos brasileiros acabam beneficiando os produtores internos.

“O americano ao invés de vender a soja dele a US$ 20 [R$ 110], vai vender a US$ 50 [R$ 275]. O europeu vai vender a carne dele por uma fortuna […]. O Brasil hoje é um equilíbrio nessa questão alimentar no mundo. É o Brasil que vai dar resposta para que as pessoas não morram de fome”.

A legislação brasileira é referência para o mundo, os EUA deveriam focar dentro de casa, uma vez que o Brasil representa apenas 10% do que Washington polui.

“Um terço de toda a poluição produzida no mundo é proveniente de apenas 20 empresas, cinco delas de petróleo. E o Brasil usa uma quantidade muito grande de energia renovável. Tem a matriz mais limpa do mundo”, diz o vice-presidente da Abramilho.

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