A Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), em parceria com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), está em fase final do projeto detalhado do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), um grande passo para o Brasil alcançar a autossuficiência na produção de insumos para a fabricação de radiofármacos destinados ao diagnóstico e tratamento do câncer e outras doenças.
A Amazul foi constituída em 2013 para promover, desenvolver, transferir e manter tecnologias sensíveis às atividades do Programa Nuclear da Marinha (PNM), do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e do Programa Nuclear Brasileiro (PNB).
Agora o próximo passo será a construção das instalações e do reator de 30 MW de potência no município de Iperó (SP), em área adjacente ao Centro Industrial e Nuclear de Aramar.
O RMB é um Empreendimento de alta complexidade e tem como uma de suas principais finalidades a produção de radioisótopos, que são a base para os radiofármacos utilizados na medicina nuclear.
Com está fase avançada, o Brasil poderá alcançar a autossuficiência em radioisótopos, que hoje são importados, e ampliar o acesso da população, em todo o território nacional, aos benefícios da medicina nuclear. Para se ter uma ideia, o número de procedimentos com aplicação de radiofármacos no Brasil, em torno de 2 milhões, é três vezes inferior aos realizados na Argentina e Chile, o que demonstra uma grande demanda reprimida. Atualmente, apenas 6,3% dos procedimentos são realizados no Sistema Único de Saúde (SUS) – a maior parte é realizada pela medicina privada, por meio de planos de saúde. Além disso, há um desequilíbrio profundo na oferta desses serviços entre o Sul/Sudeste e outras regiões do País.
A Amazul agrega ao projeto a expertise de seus colaboradores que há décadas participam do Programa Nuclear da Marinha.
“Para nós, o RMB tem um incalculável valor social, já que coloca a tecnologia nuclear a serviço da saúde dos brasileiros, salvando vidas e melhorando a qualidade de vida dos pacientes”, afirma Antonio Carlos Soares Guerreiro, Diretor-Presidente da Amazul.
Os radioisótopos também são aplicados na indústria, na agricultura, no meio ambiente, entre outras áreas. O RMB será empregado, por exemplo, em pesquisas, em testes de materiais e combustíveis para as usinas nucleares e na dopagem de silício para produção de semicondutores, a serem aplicados em dispositivos eletrônicos como celulares e notebooks.