Bolsonaro inaugura feira de nióbio e visita estruturas no superlaboratório Sirius

O presidente Jair Bolsonaro chegou a Campinas (SP) na tarde desta sexta-feira (8) para participar de uma feira de nióbio e inaugurar estruturas do Sirius, superlaboratório que funciona como uma espécie de “raio-X superpotente” que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas.

Maior produtor de nióbio do planeta, o Brasil detém mais de 90% do mercado mundial do produto. O metal é usado principalmente em ligas de aço. Ele permite ampliar a força de ligação dos átomos de aço e, por consequência, aumentar suas resistências térmica e mecânica, bem como a capacidade de absorver cargas sem se romper ou deformar. Além disso, o nióbio amplia a capacidade de solda a outros materiais, e afasta o risco de corrosão de metais.

A agenda começou com a visita ao acelerador de partículas. Estiveram junto com o Presidente os ministros de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, de Educação, Milton Ribeiro, e de Defesa, Braga Neto.

Bolsonaro participação da 1ª Feira Brasileira do Nióbio, que reúne produtos já desenvolvidos com aplicação do metal, que tem o Brasil como maior produtor mundial. O evento ocorre dentro do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).

O nióbio é usado principalmente na produção de aços especiais e superligas, sendo empregado atualmente em automóveis, turbinas de avião, gasodutos, navios, aparelhos de ressonância magnética, aceleradores de partículas, lentes e até piercings e bijuterias.

SIRIUS

A visita de Bolsonaro marcou a abertura de início das pesquisas em cinco novas estações do Sirius – a primeira entrou em funcionamento ainda durante a pandemia, em caráter emergencial, para auxiliar nos estudos relacionados ao coronavírus.

Em outubro de 2020, o presidente visitou o superlaboratório pela primeira vez, quando inaugurou de forma oficial a primeira linha de pesquisa.

De acordo com o CNPEM, as novas linhas de pesquisa passam a receber propostas de investigação de pesquisadores externos, de universidades ou da indústria. As aplicações possíveis são o desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos para doenças, fontes renováveis de energia, novos fertilizantes, entre outros.

O que é o Sirius?

Principal projeto científico do governo federal, o Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de “raio X superpotente” que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas.

Além do Sirius, há apenas outro laboratório de 4ª geração de luz síncrotron operando no mundo: o MAX-IV, na Suécia.

Para observar as estruturas, os cientistas aceleram os elétrons quase na velocidade da luz, fazendo com que percorram o túnel de 500 metros de comprimento 600 mil vezes por segundo. Depois, os elétrons são desviados para uma das estações de pesquisa, ou linhas de luz, para realizar os experimentos.

Esse desvio é realizado com a ajuda de imãs superpotentes, e eles são responsáveis por gerar a luz síncrotron. Apesar de extremamente brilhante, ela é invisível a olho nu. Segundo os cientistas, o feixe é 30 vezes mais fino que o diâmetro de um fio de cabelo.

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