O avião que levou a missão brasileira para a Antártica partiu da cidade chilena de Punta Arenas, no extremo sul do continente sul- americano.
O voo na região é considerado muito difícil devido às bruscas mudanças meteorológicas e aos ventos que podem chegar a 200 km/h.
Por isso, a aeronave só decola quando o trajeto em rota é considerado ideal. A viagem durou pouco menos de três horas. O pouso foi realizado numa pista de cascalho no meio das geleiras antárticas.
O major Diego de Oliveira, que é um dos pilotos do avião, fala sobre as dificuldades da viagem.
Depois de vários dias viajando, finalmente chegou a hora do desembarque. Descendo do Hércules, precisamos caminhar com cuidado porque a pista está escorregadia. Parece que mergulhamos em outro mundo. Um continente branco com geleiras imponentes que impressionam.
Até para os mais experientes, a sensação de voltar ao continente gelado emociona. É o caso do capitão-tenente Moisés, que já trabalhou durante um ano na Antártica e, agora, atua na equipe de logística para levar passageiros e mantimentos para a região.
Esta viagem para a Antártica tem um motivo especial. Checar os últimos detalhes para a reinauguração da base brasileira Comandante Ferraz, em janeiro. Como o pouso foi realizado numa pista na base chilena, precisamos embarcar no navio polar Almirante Maximiliano para chegar na estação do Brasil.
A embarcação possui cinco laboratórios e realiza 40% das pesquisas brasileiras no continente gelado. Atualmente, entre os cientistas a bordo, estão pesquisadores das universidades federais da Bahia e de Pernambuco.
Durante a navegação, eles coletam dados que ajudam a descobrir o impacto das correntes marítimas da Antártica no clima brasileiro. Moacyr araújo, que é vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco diz que sem o apoio da Marinha, a equipe não conseguiria realizar o trabalho.
O desenvolvimento de pesquisas na Antártica garante a permanência do Brasil num seleto grupo de nações que definem o futuro da região.
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