O Senado vai questionar a ação da Polícia Federal ocorrida nessa quinta-feira nas dependências do Congresso. A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, do MDB de Pernambuco.
O filho do senador, o deputado federal por Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho Filho, do MDB, também teve o gabinete alvo de busca e apreensão.
Segundo informações da Polícia Federal, Bezerra e o filho são suspeitos de receberem mais de R$5,5 milhões em vantagens indevidas repassadas por quatro empreiteiras, entre 2012 e 2014, quando o atual líder do governo chegou a ocupar o cargo de ministro da Integração Nacional, no governo de Dilma Rousseff.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, informou que vai questionar o Supremo sobre a legalidade da ação. Ele afirma que a Procuradoria-Geral da República, responsável por investigar os parlamentares, fez um parecer contrário ao pedido de busca e apreensão.
Mesmo assim, o ministro Luís Roberto Barroso autorizou a ação com base em um pedido de um delegado da Polícia Federal. Em nota, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do processo, disse que a decisão foi puramente técnica e republicana.
O ministro afirmou que os fatos imputados ao senador e ao filho estão relacionados com o mandato e o caso deve ser julgado pela Corte. O advogado Arthur Callegari, que representa o senador, disse causar estranheza à defesa que medidas cautelares sejam decretadas com base em fatos passados sem relação com o mandato atual.
A única justificativa da busca, segundo o advogado, seria a atuação política e combativa do senador contra interesses de órgãos investigativos e do judiciário , diz a nota da defesa. O senador Fernando Bezerra Coelho colocou o cargo de líder do governo à disposição.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzony, informou que o Planalto vai aguardar os acontecimentos.