Nesta segunda-feira (13), Sergey Lavrov, que ainda ocupa o cargo de ministro das Relações Exteriores da Rússia, declarou que a Rússia está pronta para enfrentar o Ocidente na Ucrânia se isso for necessário. “É um direito deles – se eles quiserem que seja no campo de batalha, será no campo de batalha”, disse Lavrov, conforme relatado pela agência estatal de notícias RIA.
Essa declaração ocorreu durante uma audiência parlamentar sobre a recondução de Lavrov ao ministério, no contexto da formação de um novo governo após o início de mais um mandato de seis anos de Vladimir Putin.
Recentemente, houve um aumento nas advertências da Rússia sobre os riscos de um confronto direto com a OTAN, especialmente após o presidente francês, Emmanuel Macron, não excluir a possibilidade de envio de tropas ocidentais para a Ucrânia.
Na semana anterior, a Rússia expressou que tal envio de tropas da OTAN seria extremamente perigoso, com Putin alertando que isso poderia desencadear a 3ª Guerra Mundial.
Além disso, Lavrov criticou as próximas negociações de paz sobre a Ucrânia, agendadas para ocorrer na Suíça sem a presença da Rússia, comparando-as a um ultimato a Moscou. “Não se pode falar assim com ninguém, especialmente conosco. A conferência… se resume a reafirmar um ultimato à Rússia”, informou a agência sobre as palavras de Lavrov, ilustrando a situação como “uma reprimenda para um aluno” que está ausente enquanto seu destino é discutido.
Em decisão surpreendente, Putin demite ministro da Defesa em meio a avanço na guerra na Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, demitiu neste domingo (12) seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, um dos principais nomes à frente dos ataques na Ucrânia.
A demissão, inesperada, acontece em um momento de avanço da Rússia nas linhas de frente no país vizinho, depois de mais de um ano de estagnação,
O governo russo ainda não explicou por que Putin decidiu afastar Shoigu, que era um de seus principais aliados e estava no cargo havia mais de 11 anos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse apenas que o governo quer alguém “aberto à inovação” à frente da pasta, a mais importante de seu governo desde que as tropas russas invadiram a Ucrânia, há mais de dois anos.“O Ministério da Defesa deveria estar absolutamente aberto à inovação, à introdução de todas as ideias avançadas”, disse Peskov.
Ainda segundo Peskov, o líder russo propôs ao Parlamento do país o nome de Andrei Belousov, um economista que ocupava o posto de vice-primeiro-ministro, para assumir a Defesa.
A mudança foi feita na semana em que Vladimir Putinassumiu oficialmente um novo mandato, para o qual foi reeleito em março deste ano. E no momento em que a Rússia vem conseguindo avançar significativamente nas linhas de frente no leste da Ucrânia, onde ocorre a maior parte dos combates com tropas ucranianas.
Pivô de briga com Grupo Wagner
A decisão de Putin de demitir Sergei Shoigu foi inesperada, já que o agora ex-ministro da Defesa era um forte aliado do presidente russo.
Shoigu, de quem, segundo a imprensa russa, Putin era amigo pessoal, foi o “pivô” da briga de Putin com o ex-líder do Grupo Wagner, Yevgny Prigozhin.
Prigozhin, que estava em um avião que caiu em Moscou no ano passado, vinha se queixando abertamente de Shoigu antes de morrer. Ele acusava o então líder da Defesa de não repassar verbas para o Grupo Wagner, um grupo de mercenários que lutavam na Ucrânia ao lado das tropas russas.
Prigozhin também era amigo pessoal de Putin, mas o líder russo rompeu com ele depois das críticas a Shoigu e de o Grupo Wagner se rebelar contra a Rússia e marchar até Moscou, em junho do ano passado.