PSDB rejeita pedido de expulsão de Aécio Neves

A executiva nacional do PSDB rejeitou o pedido de expulsão do partido do deputado Aécio Neves (PSDB-MG).

Depois de uma reunião mais ou menos cinco horas, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA) apresentou seu parecer contra a representação feita pelos diretórios municipal e estadual do partido em São Paulo que pedia a saída do ex-candidato à Presidência da República.

Sabino considerou que não havia motivos e pediu pela rejeição. “Deputado não tem nenhuma condenação”, disse. “Partido não tem motivos para fazer a expulsão”, disse. 

A maioria dos membros presentes votou com o relator e, com isso, o pedido foi rejeitado. Foram 30 votos a favor. Apenas quatro foram contra o relatório e pediram para que o processo de expulsão fosse aberto.

A rejeição do pedido de expulsão é considerada como uma derrota ao governador de São Paulo, João Doria, um dos principais defensores da expulsão de Aécio do partido.

O movimento para expulsar Aécio é parte do que Doria chamou de “faxina ética” no PSDB, que ano passado teve o pior desempenho eleitoral de sua história. O temor é que a permanência de Aécio no partido atrapalhe os planos eleitorais de Doria, para a Presidência em 2022, e de Bruno Covas, prefeito de São Paulo, que disputará a recondução ao cargo nas eleições do ano que vem.

Aécio é alvo de ao menos oito inquéritos, abertos após delações da Odebrecht, da JBS e do ex-senador petista Delcídio do Amaral, e também é réu ainda não julgado, sob acusação de corrupção passiva e obstrução da Justiça. Para alguns, ele é uma mancha na imagem dos tucanos, para outros ele está apenas sendo sacrificado em prol da pré-campanha de Doria ao Palácio do Planalto.

Para Aécio, a decisão do partido foi democrática. “O partido tomou uma decisão serena e democrática, não há aqui vitoriosos e vencidos”, afirmou o deputado. “Acho que isso permitirá que o PSDB cumpra seu papel de um partido de centro, com a grave preocupação social e que pode voltar a ser protagonista no processo político brasileiro”, disse Aécio.

Ao ser questionado se a decisão era uma derrota a Doria, ele disse que não vê dessa forma. “Decisão respeita estatuto e história daqueles que construíram história do PSDB. O partido simplesmente disse que tem regras”, concluiu o deputado.

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