No âmbito da Operação Mais Valia, quatro desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho do Rio (TRT-RJ) foram presos nesta terça (2) pela Polícia Federal.
A ação é um desdobramento da Operação Tris in Idem, que em agosto de 2020 afastou do cargo o então governador do RJ, Wilson Witzel (PSC), na crise dos gastos na pandemia.
O Ministério Público Federal investiga o pagamento de vantagens indevidas a magistrados que, em contrapartida, teriam beneficiado integrantes do esquema criminoso supostamente instalado no governo Witzel — que no mês passado virou réu por corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com a denúncia do MPF, empresas pagavam para a quadrilha para serem incluídas no Plano Especial de Execução da Justiça do Trabalho fluminense.
O objetivo era conseguir com que o governo do estado pagasse valores devidos.
Pelo menos sete empresas são citadas no inquérito: a Pró-Saúde, a Átrio Service, a MPE Engenharia e quatro consórcios de transporte: Transcarioca, Santa Cruz, Intersul e Internorte.
Witzel foi novamente denunciado nesta terça. É a quarta denúncia da PGR contra o ex-juiz federal.
No total, a PF cumpriu 11 mandados de prisão — contra os quatro juízes e sete supostos operadores — e prendeu um advogado em flagrante, por posse ilegal de arma.
- Antônio Carlos de Azevedo Rodrigues, desembargador
- Eduarda Pinto da Cruz, operadora
- Fernando Antônio Zorzenon da Silva, desembargador
- José da Fonseca Martins Junior, desembargador
- Leila Maria Gregory Cavalcante de Albuquerque, operadora
- Manoel Messias Peixinho
- Marcello Cavanellas Zorzenon da Silva, operador
- Marcos Pinto da Cruz, desembargador
- Pedro D’Alcântara Miranda Neto
- Sônia Regina Dias Martins, operadora
- Suzani Andrade Ferraro, operadora
Uma das equipes foi ao TRT, no Centro do Rio.
O desembargador Marcos Pinto da Cruz foi preso em sua mansão no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. Pouco antes das 10h, uma viatura da PF entrou na garagem do magistrado para detê-lo.
De acordo com os investigadores, o desembargador era o principal articulador de uma organização criminosa que recebia vantagens ilícitas de empresas que prestavam serviço para o poder público.
Os mandados foram expedidos pela ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Nancy Andrighi, a pedido da Vice-Presidência da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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