“O tráfico de drogas financia a esquerda”, diz jornalista que cita Lula e Dilma

Atuando no jornalismo independente e com forte presença nas mídias digitais, a jornalista espanhola Cristina Segui acompanha com atenção especial os bastidores da política ibero-americana.

Um dos seus temas mais recorrentes, já há algum tempo, vêm sendo as denúncias da conexão que muitos observadores percebem entre os partidos de esquerda que, em busca de financiamento, se deixaram infiltrar pelo narcotráfico latino-americano. Sem meias palavras, ela não poupa de críticas os líderes da esquerda na região, inclusive os brasileiros Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. 

Em entrevista ao Portal iG e ao jornal O Dia , Cristina analisou a situação da política na Europa e na América Latina a partir de um ponto de vista que contraria a visão, predominante no Brasil, de que o avanço das ideologias de direita coloca em risco a democracia. 

Ela é especialmente crítica com os veículos que qualificam os esquerdistas que cometeram atentados e sequestros como “ativistas políticos”. Além disso, traçou um cenário assustador, em que aponta não só o vínculo entre o narcotráfico e os partidos de esquerda da Península Ibérica e da América Latina como, também, a extensa rede que une os interesses da esquerda nos dois lados do Atlântico. 

Pablo Iglesias é acusado de ligações com o narcotráfico na Venezuela? Pelo que se comenta, ele seria uma espécie de ponte entre o governo chavista de Caracas e algum tipo de corrupção relacionada ao narcotráfico ou a algum grupo terrorista…

Para Iglesias foi, e continua sendo, fundamental tentar controlar os integrantes da CNI encarregados de investigar as ligações criminosas entre o narcotráfico, o narcoterrorismo e outros financiadores da liderança do Podemos. Iglesias sempre se gabou de que nenhum juiz jamais investigou o Podemos por seus laços econômicos com o chavismo. Naturalmente, isso aconteceu porque todo o fluxo de financiamento, algo em torno de 4 milhões de euros, foi canalizado para a fundação Centro de Estudos Políticos e Sociais (CEPS) em Valência, Espanha. 

Esse era o único canal de acesso da esquerda espanhola ao dinheiro dos governos de esquerda da América Latina?

Havia também a Neurona Consulting, empresa de consultoria vinculada à esquerda latino-americana e a Juan Carlos Monedero, outro integrante destacado do Podemos. Mas o CEPS foi o principal mecanismo de transmissão e recebimento de dinheiro que arrecadaram das ditaduras. Ele foi “beneficiário” dos fundos arrecadados com o suposto trabalho de pesquisa e assessoria aos regimes políticos da esquerda ibero-americana, como os de Dilma Rousseff e de Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil. Entre 2008 e 2009, Iglesias foi um membro destacado do Conselho Executivo da Fundação. E isso significava ser um beneficiário direto de ditaduras da droga, como a venezuelana.

Mas e quanto à ligação entre Iglesias e o governo chavista? Existe alguma comprovação desse fato?

Se Iglesias era ou não “a ponte” entre o governo chavista da Venezuela, acho que era, antes, um companheiro. O dono desse negócio no Fórum de São Paulo foi e é Zapatero. Embora Iglesias sempre tenha sido o estagiário. (Nicolás) Maduro (ditador da Venezuela) é um traficante e, também, o filantropo de Iglesias — que compartilha sua ideologia marxista com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), os esquadrões da morte de Chávez e o narcoterrorista Evo Morales (ex-presidente da Bolívia). Iglésias é a mão de todas as atividades criminosas.

Essas conexões estão restritas à América Latina e aos países Ibéricos?

Iglesias recebeu pelo menos 9,3 milhões de euros da teocracia islâmica iraniana, do regime dos aiatolás, por meio de sua produtora 360 Global Media. O Serviço Executivo da Comissão de Lavagem de Dinheiro e Delitos Monetários estimou nesse valor as receitas auferidas por empresas suspeitas de lavagem de dinheiro, com as quais o ex-vice-presidente do Governo Pablo Iglesias tinha envolvimento. Trata-se de um trabalhador do regime iraniano para desestabilizar a Espanha e a democracia, com o conluio do PSOE.

Sua posição crítica em relação ao governo já rendeu alguma ameaça?

Durante seu mandato, Iglesias fez exatamente o mesmo que fizeram o PSOE e a genocida chavista Delcy Rodrigues, de quem é amigo. Ameaçou com a prisão os jornalistas críticos a ele. Eu mesma fui ameaçada.

Iglesias deixou a vice-presidência do governo e hoje dirige um programa de rádio. Alguns consideram seu movimento como uma manobra para ganhar impulso mais adiante. Outros dizem que ele deixou a cadeira do Congresso para não ser alcançado pela sujeita que pode surgir depois da prisão de Carvajal… Que estratégia a senhora acredita que ele está colocando em prática?

Hoje o poder máximo está nas mãos dos meios de comunicação privados, alimentados pelo orçamento público. Eles foram de fato nacionalizados por este governo comunista com vários objetivos. O primeiro é eliminar o jornalismo ideológico contrário, bem como o jornalista dissidente. Eles corrompem a realidade e a história ao considerar, por exemplo, que os terroristas não são terroristas, mas ativistas políticos. Ajudam gerações inteiras a esquecer que na Espanha existiu uma gangue terrorista marxista, o ETA, que assassinou mais de 900 pessoas. E dizem que o que está acontecendo na Venezuela é democrático. Na prática, as TVs foram nacionalizadas por este governo. como foram na Venezuela. 

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