Ele tem 45 anos dedicados à vida militar e à defesa dos interesses brasileiros, já atuou como comandante militar da Amazônia e chefiou missão de paz das Nações Unidas no Haiti. Hoje, o general Augusto Heleno está ao lado da maior autoridade do país. Ele é o chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo de Jair Bolsonaro, responsável por aconselhar os próximos movimentos de um Brasil que se redesenha, além de cuidar da segurança do presidente.
O general faz um balanço do primeiro ano de governo Bolsonaro.
“O primeiro ano do presidente, a gente comparando com o esporte, é um ano de aquecimento, onde ele vai conhecer as coisas. Ele imagina fazer muita coisa que a estrutura não vai permitir que ele faça. A burocracia vai impedir que ele faça. Ele tem que se adaptar a todas as conjunturas que o obrigam a se limitar àquelas regras do jogo. Esse primeiro ano, é um ano de adaptação.”
O ministro também trata de questões consideradas prioritárias para o próximo ano, como educação, saúde, meio ambiente e investimentos em infraestrutura, principalmente no que se refere à região nordeste.
“Ele (o presidente) desde o início, tem na cabeça dele, de que se quiser modificar o Brasil ele tem que modificar o Nordeste. Nós não podemos mais ter aquela imagem do Nordeste com aquela seca na época da estia, não podemos admitir que o semiárido seja um foco de pobreza extrema, que as pessoas tenham que sair do Nordeste para sobreviver em outras regiões do país”. E revela que as conversas entre Bolsonaro e o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas vão gerar melhorias. “Fica muito evidente que ali (no nordeste) serão investidos não só uma quantidade razoável de dinheiro, mas também a esperança de modificação daquele estado de coisas. Investimento para colocar água no nordeste, colocar energia, melhorar o sistema de comunicação viária, não só com estradas, mas com ferrovias e turismo.”
Augusto Heleno reconhece que ainda há muito por se fazer em áreas prioritárias. “Desde o primeiro momento, ele (o presidente), colocou como prioridades absolutas, a educação e a saúde. Só que elas foram tão comprometidas ao longo desses 16 anos e até mais, que é muito difícil você recuperar.” Para o ministro, o país precisa apostar na educação profissional. “O nosso ensino profissionalizante foi muito descuidado, nós precisamos de mão de obra técnica. Não adianta só doutores, você precisa ter mão de obra técnica para ocupar esse espaço que fica entre o ensino médio e a universidade, que é gente que precisa botar a mão na massa”.
Ao comentar a economia, o general Heleno demonstrou otimismo. “Para a infelicidade de alguns idiotas de plantão, como dizia Nelson Rodrigues, é muito triste o Brasil estar dando certo, né? Mas é obvio que o Brasil está dando certo”. Ele disse que após passar por uma gestão desastrosa, o país agora está se recuperando. “Nós recebemos um país que foi empobrecido pela corrupção, pela falta de gestão, pela falta de honestidade pela coisa pública. E no momento que ele empobreceu, nós estamos tendo que puxar ele lá da UTI. O Brasil foi para a UTI e está sendo tirado da UTI. E rapidamente os índices estão aparecendo. E essa recuperação está aparecendo para o mundo. E temos certeza de que o mundo quer investir no Brasil”.
Heleno ja comandou missão de paz das Nações Unidas no Haiti – Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por fim, em resposta às críticas recebidas pelo governo às questões que envolvem a Amazônia e o meio ambiente, o general ponderou: “O próprio governo reconhece que poderia ter sido mais eficiente na preservação do meio ambiente. Só que o governo foi acusado de um descuido que não é verdadeiro. Nós temos uma região que chama a atenção que é a Amazônia oriental, que realmente ali houve um desmatamento exagerado”, afirma.
Segundo ele, a Amazônia Legal tem mais de 5 milhões de quilômetros quadrados de região “muito preservada”. “Não tem nenhum outro país do mundo com esse tamanho de área preservada. E aí nós sofremos críticas severas, raivosas de países que pelaram as suas reservas e que hoje cantam “marra” que são os grandes preservadores da humanidade. Mentira! Interessa a eles criar essa campanha contra o Brasil para que eles se aproveitem da Amazônia mais tarde”, conclui Augusto Heleno.
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