O Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje, 30, que a divulgação do manifesto em defesa da democracia elaborado pela Fiesp está suspensa pela falta de consenso sobre o seu teor .
Gudes disse que foi informado que o texto havia sido alterado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que transformou a nota em um ataque ao governo.
“A informação que tenho é que havia um manifesto em defesa da democracia, que aí não haveria nenhum problema, e que alguém da Febraban teria mudado isso para, invés de ser a defesa da democracia, ser um ataque ao governo”, afirmou o ministro.
“A própria Fiesp teria dito ‘então não vou fazer esse manifesto’, e o manifesto parece que está até suspenso por causa disso, não estão chegando a um acordo”.
Intitulado “A Praça é dos Três Poderes”, o texto, que já conta com a assinatura de mais de 200 entidades, associações e sindicatos, estava previsto para ser divulgado no início desta semana.
O cronograma foi alterado nesta segunda-feira após uma conversa entre o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, durante o fim de semana.
Ainda não há previsão de nova data para a publicação.
O documento está sendo redigido por membros da Fiesp e não deve citar nominalmente nenhum agente político ou instituição.
Leia a íntegra do manifesto intitulado “A praça é dos três poderes”:
“A praça dos Três Poderes encarna a representação arquitetônica da independência e harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, essência da República. Esse espaço foi construído formando um triângulo equilátero, cujos vértices são os edifícios-sede de cada um dos poderes.
Esta disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia tem de ser a regra entre eles.
Este princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país. Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição nos impõe.
As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população.
Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da Nação brasileira.”