A mobilização social contra a reforma da previdência na França entra na quarta semana. É a maior greve desde 1995.
A expectativa agora é pelo pronunciamento do presidente Emmanuel Macro, no réveillon.
Nesta quinta-feira (26/12), com um alto nível de adesão às greves que mantém o país semiparalisado, em especial no setor de transportes.
Hoje, o protesto iguala a duração da gigantesca greve dos transportes de novembro e dezembro de 1995, também deflagrada por uma tentativa do governo de reformar o sistema de aposentadorias e pensões. O texto acabou sendo retirado de pauta.
Mas, 24 anos depois, a situação parece estancada, sem sinais de que qualquer lado esteja disposto a ceder: nem os sindicatos, nem o governo liberal do presidente Emmanuel Macron.
A reforma da Previdência visa a fundir os 42 regimes de pensões existentes em um sistema “universal” e, em particular, abolir os “regimes especiais”, incluindo os da RATP (metrô de Paris) e da SNCF (sistema ferroviário), que permite que seus funcionários se aposentem antes da idade mínima em comparação com outras categorias.
Outro ponto em disputa é a idade no sistema geral. O governo prometeu manter em 62 anos a idade em que um francês pode se aposentar sem desconto, se tiver 42 anos de serviço.
Os sindicatos que se opõem a este projeto alegam que “todos perderão” e mantêm a pressão. E, embora o número de grevistas – há três semanas sem salários – continue a cair, chegando a 42,1% entre os maquinistas, os serviços continuam sendo escassos.
Na região de Paris, está circulando apenas um em cada cinco trens suburbanos, concentrados em umas poucas horas da manhã e umas poucas horas da tarde.