Governo quer capacitar delegacias do país para atendimento à mulher

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse nesta segunda (25) que o governo federal vai iniciar, a partir de janeiro, um projeto de capacitação para que todas as delegacias de polícia do país tenham um serviço especializado em atendimento à mulher vítima de violência.

O anúncio foi feito durante solenidade, no Palácio do Planalto, em alusão ao Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher. O evento contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro.

“A partir de janeiro, todas as delegacias do Brasil também serão delegacias da mulher. Pronto. Vamos capacitar todos os agentes de delegacia do Brasil. Vamos capacitar todos os delegados”, disse a ministra. Segundo ela, apesar de existiram há 35 anos, as delegacias da mulher estão presentes em menos de 10% dos municípios do país.

“Só 9% dos municípios do Brasil têm delegacia da mulher. Como enfrentar a violência desse jeito? Apenas 19% dos municípios têm algum órgão de defesa da mulher”, afirmou. Ela também sugeriu que mais mulheres se candidatem a vereadoras, nas eleições do ano que vem, para que sejam criadas Procuradorias da Mulheres em todas as Câmaras Municipais do país.

Outra medida anunciada pela ministra foi a ampliação do Disque 180, canal de denúncia de violência contra a mulher. De acordo com Damares, a partir de janeiro a ferramenta vai passar a contar com videoconferência e atendimento em Libras (Língua Brasileira de Sinais), para que possa também ser utilizada por mulheres surdas.

Antes da cerimônia, a ministra Damares Alves chegou a convocar uma coletiva de imprensa com jornalistas, no Palácio do Planalto, em que daria informações sobre a iniciativa. Quando os jornalistas já estavam posicionados, a ministra permaneceu por um tempo em silêncio e, aparentando estar emocionada, se retirou do púlpito preparado para a entrevista sem falar nada. Mais tarde, ela postou um vídeo em sua conta oficial no Twitter para explicar porque chamou a imprensa e não falou nada. Segundo ela, foi uma ação para demonstrar a importância de dar voz às mulheres.

“Eu queria exatamente ficar em silêncio para dizer para eles [repórteres] que nenhuma mulher pode ficar sem voz no Brasil. Vamos embora, você que está sendo vítima de violência, ligue agora 180, é no nosso ministério, nós vamos atender. Você, mulher cigana, ribeirinha, indígena, quem está sofrendo algum tipo de violência, ligue para nós, você tem voz”, afirmou.  

Confira a postagem da ministra:

Categorias