O ministro do STF, Gilmar Mendes falou sobre o procurador Deltan Dallagnol e sobre a Operação Lava Jato, durante o VII Fórum Jurídico em Lisboa,
O ministro concorda com a decisão do Conselho Nacional do Ministério Público de abrir inquérito sobre a conduta do procurador Dallagnol, da Lava Jato
“Acho que a mídia está até minimizando isso. O que ele disse é que a turma [do Supremo] passava uma mensagem favorável de leniência quanto à corrupção, esta foi a imputação dele. E, depois disso, que formava uma panelinha. Foi por isso que houve a representação”, disse.
Para Gilmar, a operação Lava Jato se transformou em um partido político e a tentativa da criação de uma fundação para gerenciamento de grandes montantes financeiros oriundos de esquemas de corrupção seria uma “brincadeira que Dallagnol teria para fazer política”.
“A Lava Jato nada mais é do que um grupo de trabalho. Mas, por um vício, esses vícios comuns a nós, ela virou na verdade uma instituição, um partido político.”
“Eles teriam 100 milhões de euros para brincar de agentes sociais”, avalia. “Era a brincadeira que Dallagnol teria para fazer política, talvez para fazer campanha e coisas do tipo”, completou.
Gilmar falou ainda sobre os supostos abusos da Lava Jato, que teria criado uma espécie de constituição própria em Curitiba.
“Acho que o poder envolve responsabilidade para todos. Foi o que disse ontem: estado de direito não convive com soberanos. Na medida que alguém descola e passa a operar sem ter que prestar contas a ninguém vira soberano. Passou a existir o que brinquei: a constituição de Curitiba.”
Dallagnol vai reposnder processo administrativo disciplinar pelo Plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), pela afirmação abaixo:
“os três mesmos de sempre (se referindo a Gilmar, Toffoli e Lewandowski) que tiram tudo de Curitiba e que mandam tudo para a Justiça Eleitoral e que dão sempre habeas corpus, que estão sempre formando uma panelinha assim que manda uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção”, disse Dallagnol