“Devemos estar preparados para guerra”, diz Barroso sobre eleições em 2022

O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, falou nesta quarta (3) que “devemos estar novamente preparados para uma guerra” no que se refere às “fake news” no período eleitoral.

Na avaliação de Barroso, as eleições de 2018 mudaram o padrão do cenário eleitoral no Brasil, ao retirar o protagonismo das propagandas políticas no rádio e na TV e ampliar o impacto das redes sociais e dos aplicativos de mensagens instantâneas. Ele frisou que “a legislação e o TSE não estavam preparados para lidar com essa situação, com essa realidade, que incluiu ataques contra o sistema eleitoral”.

“Devemos estar novamente preparados para uma guerra” afirmou Barroso durante o evento Fake News e eleições: como reduzir a ameaça, da Americas Quarterly.

O tema do debate era a prevenção dos danos causados pela disseminação de desinformação em países da América Latina.

O ministro aproveitou para defender uma regulação na web.

“A internet é percebida como um ambiente em que a desinformação pode ser propagada livremente, mas há hoje um consenso de que é necessário promover alguma regulação” afirmou Barroso.

Para Barroso fixar regras é necessário, pois, embora seja positiva a democratização do acesso à internet, dos aplicativos de mensagens e das redes sociais em geral, um alerta precisa ser ligado aos “comportamentos inapropriados”.

JULGAMENTO CHAPA BOLSONARO-MOURÃO

Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, usou o julgamento de ações contra a chapa de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão para mandar um forte recado sobre o disparo de “notícias falsas” nas eleições do ano que vem.

Moraes, que será o presidente da Corte a partir de agosto de 2022, declarou que os responsáveis pela difusão de fake news contra adversários no pleito terão o registro cassado e poderão até ser presos.

Essas milícias digitais continuam se preparando para disseminar o ódio, para disseminar conspiração, medo, influenciar eleições, destruir a democracia”, afirmou Moraes na ocasião. “Se houver repetição do que foi feito em 2018, o registro será cassado. E as pessoas que assim fizerem irão para a cadeia por atentar contra as eleições e a democracia no Brasil”.

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