Cúpula dos BRICS em Brasília marca a presidência do Brasil no bloco

A 11ª cúpula dos BRICS ocorre nos dias 13 e 14 de novembro, em Brasília. O bloco, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, volta a se reunir sob a presidência do Brasil, que está coordenando o grupo no ano de 2019.

O secretário de Política Externa Comercial e Econômica do Itamaraty, o embaixador Norberto Moretti, ressalta que a cúpula de Brasília é o ápice de mais de 100 reuniões entre os membros durante a presidência brasileira do bloco.

“Até o final de dezembro terão sido realizadas mais de 100 reuniões, o que demonstra a grande atividade da presidência brasileira ao longo de todo esse ano, e do engajamento e envolvimento do Brasil e demais membros do foro”.

O Brasil escolheu para este ano como prioridades do grupo a cooperação em ciência, tecnologia e inovação; em economia digital; o combate aos ilícitos transnacionais e o incentivo ao fortalecimento do banco e do conselho empresarial dos BRICS.

O diretor de relações internacionais do IPEA, Ivan Oliveira, destacou que um dos objetivos é ampliar o acesso do Brasil aos financiamentos do Banco dos BRICS.

“A questão fundamental pro Banco é que o Brasil não vinha acessando o banco. Os chineses e os indianos estão com R$ 1 bilhão, R$ 1,5 bilhão de financiamento a empresas deles, e o Brasil vinha usando muito pouco. E a ideia justamente é que a gente consiga financiamentos que superem e muito aquilo que a gente aporta no banco, essa é a lógica de você participar de um banco de desenvolvimento. Particularmente de um país como o Brasil, que tem uma necessidade muito clara de financiamento, ainda mais de financiamento barato, como é o caso dos bancos multilaterais”.

Já o conselho empresarial dos BRICS, que se reunirá no dia 13, tem na secretaria executiva integrantes da CNI, a Confederação Nacional da Indústria. O diretor de Desenvolvimento Industrial da entidade, Carlos Abijaodi, destaca que o encontro servirá para facilitar os investimentos entre os países, regularizar as patentes e buscar a eliminação das barreiras que dificultam o comércio.

“O que nós temos que fazer também é um trabalho para que essas barreiras sejam reduzidas ao máximo, para que produtos brasileiros entrem com mais facilidade nesses países, afinal de contas estamos formando um bloco, e que precisa, então, ter uma relação melhor”.

Durante a cúpula, o Conselho Empresarial vai redigir uma proposta que será entregue aos governantes de cada país do bloco.

Somados, os integrantes do BRICS foram destino de 30% das exportações brasileiras em 2018, e 23% do total das importações vieram desses quatro países. O saldo comercial do Brasil com o BRICS foi, no ano passado, positivo em mais de US$ 30,5 bilhões. Em 2017, o saldo foi de US$ 23 bilhões, o equivalente a 52% do superávit comercial brasileiro no ano.

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