Com bolsas em queda no país e no mundo, Guedes diz que Brasil está em “plena reaceleração”

Em momento preocupante para o mercado financeiro, com queda nas bolsas de valores pelo mundo todo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil está em “plena reaceleração”, na contramão do restante do mundo. Para ele, o surto mundial do coronavírus é a gota d’água para a piora econômica. E as reformas são a “melhor resposta para a crise”.

“O Brasil está em plena reaceleração. O mundo descendo e o Brasil começando a subir. Aí vem o coronavírus. Só agudiza a crise. Qual a minha resposta a isso? Nós temos que manter a absoluta serenidade, e a melhor resposta à crise são as reformas. Vamos mandar a reforma administrativa, o pacto federativo já está lá [no Congresso], vamos mandar a reforma tributária e vamos seguir o nosso trabalho”.

A declaração foi dada nesta segunda-feira, dia em que o mercado financeiro teme uma recessão mundial, com a queda de quase 30 dólares no barril do petróleo e a alta do dólar, que chegou a quase R$ 4,80.

Quem também comentou o assunto foi o Presidente em Exercício, Hamilton Mourão. Ele avalia que não é o momento para o aumento de impostos, no Brasil, para compensar a queda no preço do petróleo.

“Nós não podemos aumentar imposto no presente momento, já temos uma carga tributária que vale um terço do nosso Produto Interno Bruto. Está a discussão dentro do Congresso pra gente pelo menos reorganizar esse sistema, para se tornar mais amigável. Eu, particularmente, não vejo possibilidade de aumento de impostos”.

A crise nas bolsas do mundo todo não são produto de um único fator, mas um deles é o surto da doença causada pelo novo coronavírus, que já chegou ao Brasil. Sobre o assunto, Mourão defende que é uma questão temporária, apesar de causar preocupação.

“É lógico, sempre tem que preocupar. Não está muito bem, mas é uma questão transitória, a gente sabe que essa é a primeira epidemia da internet, por isso que existe pânico e que não é compatível com a realidade. Apesar de ter havido mortes, mas vamos olhar só aqui no Brasil quantas pessoas morreram de dengue e ninguém comentou?”.

Ainda nesta segunda, o presidente Jair Bolsonaro, que cumpre agenda oficial nos Estados Unidos, reforçou, no perfil do Twitter, a impossibilidade de o governo aumentar impostos para manter os preços dos combustíveis. Segundo ele, a política de preços da Petrobras não pode sofrer interferências, e a tendência dos preços nas refinarias é cair.

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