Brasil e EUA alinham plano de ajuda externa para Venezuela pós-Maduro

Chanceleres e representantes de quase 60 países, estão as vésperas de encontro para tratar de uma solução para a crise na Venezuela.

Nesta terça, 6, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, e o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, encontraram-se com o objetivo de traçar um plano de ajuda externa para dar sustentação ao governo transitório de Juan Guaidó, em um cenário econômico de “terra arrasada”.

Chanceler – Ernesto Araújo, Assessor Internacional Especial da Presidência da República – Filipe G. Martins, Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca -John Bolton

As medidas que serão adotadas estão ainda mantidas em segredo. Mas Brasil e Estados Unidos claramente se alinharam na tarefa de dar suporte econômico à Venezuela assim que ocorra a queda do regime totalitário de Nicolás Maduro.

Ambos os países vêem a necessidade de aliciar mais nações na missão anti-Maduro. Estão ausentes no encontro desta terça, em Lima — China, Rússia, Turquia e Cuba, que rejeitaram o convite.

A Conferência Internacional pela Democracia na Venezuela foi convocada pelo Grupo de Lima e teve início nesta terça com um apelo do Peru para redobrar os esforços para conseguir a queda do governo de Maduro.

“Convido-os a renovar nosso total apoio ao presidente Juan Guaidó“, disse o ministro do Exterior peruano, Néstor Popolizio

Na véspera do encontro, os Estados Unidos anunciaram o congelamento de todos os ativos da Venezuela em seu território. Com as restrições já impostas sobre os negócios da estatal PDVSA, a queda do regime é vista como uma questão de tempo. Mas até que se dê, a população venezuelana será ainda mais castigada pelo desabastecimento e falta de serviços públicos.

Além de Bolton, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou também a Lima o secretário do Comércio, Wilbur Ross, que esteve no Brasil na semana passada. Na segunda (5), Bolton afirmou ter chegado a hora de avançar para uma “transição de poder de Maduro a Juan Guaidó”.

“Esta reunião será muito emblemática para reafirmar o apoio da comunidade internacional à presidência interina de Juan Guaidó”, declarou o conselheiro da Casa Branca para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, que integra a delegação americana. “Também vamos falar sobre o que faremos no dia um, o primeiro dia depois que Maduro deixar o poder”, completou.

John Bolton disse que o governo dos Estados Unidos tem a “intenção de que a transferência (de poder na Venezuela) seja pacífica”. Mas reiterou que todas as opções estão sobre a mesa. O congelamento de ativos da Venezuela é uma medida que Washington não aplicava há três décadas contra um país latino-americano. Trata-se de medida semelhante às sanções impostas contra a Coreia do Norte, o Irã e a Síria.

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