Chanceleres e representantes de quase 60 países, estão as vésperas de encontro para tratar de uma solução para a crise na Venezuela.
Nesta terça, 6, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, e o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, encontraram-se com o objetivo de traçar um plano de ajuda externa para dar sustentação ao governo transitório de Juan Guaidó, em um cenário econômico de “terra arrasada”.
As medidas que serão adotadas estão ainda mantidas em segredo. Mas Brasil e Estados Unidos claramente se alinharam na tarefa de dar suporte econômico à Venezuela assim que ocorra a queda do regime totalitário de Nicolás Maduro.
Ambos os países vêem a necessidade de aliciar mais nações na missão anti-Maduro. Estão ausentes no encontro desta terça, em Lima — China, Rússia, Turquia e Cuba, que rejeitaram o convite.
A Conferência Internacional pela Democracia na Venezuela foi convocada pelo Grupo de Lima e teve início nesta terça com um apelo do Peru para redobrar os esforços para conseguir a queda do governo de Maduro.
“Convido-os a renovar nosso total apoio ao presidente Juan Guaidó“, disse o ministro do Exterior peruano, Néstor Popolizio
Na véspera do encontro, os Estados Unidos anunciaram o congelamento de todos os ativos da Venezuela em seu território. Com as restrições já impostas sobre os negócios da estatal PDVSA, a queda do regime é vista como uma questão de tempo. Mas até que se dê, a população venezuelana será ainda mais castigada pelo desabastecimento e falta de serviços públicos.
Além de Bolton, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou também a Lima o secretário do Comércio, Wilbur Ross, que esteve no Brasil na semana passada. Na segunda (5), Bolton afirmou ter chegado a hora de avançar para uma “transição de poder de Maduro a Juan Guaidó”.
“Esta reunião será muito emblemática para reafirmar o apoio da comunidade internacional à presidência interina de Juan Guaidó”, declarou o conselheiro da Casa Branca para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, que integra a delegação americana. “Também vamos falar sobre o que faremos no dia um, o primeiro dia depois que Maduro deixar o poder”, completou.
John Bolton disse que o governo dos Estados Unidos tem a “intenção de que a transferência (de poder na Venezuela) seja pacífica”. Mas reiterou que todas as opções estão sobre a mesa. O congelamento de ativos da Venezuela é uma medida que Washington não aplicava há três décadas contra um país latino-americano. Trata-se de medida semelhante às sanções impostas contra a Coreia do Norte, o Irã e a Síria.
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