O ex-ministro da Defesa e diretor-geral da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna, foi anunciado nesta sexta (19) como o nome escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a presidência da Petrobras.
Em setembro do ano passado, Luna assumiu o cargo em Itaipu para um mandato de até quatro anos. Na ocasião, ele substituiu o presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira, já fora do governo. O MME (MInistério de Minas e Energia) não informou quem vai assumir o comando de Itaipu.
A indicação de Silva e Luna precisa passar pela aprovação do conselho de administração da Petrobras, pois Bolsonaro não tem poder formal para demitir o atual mandatário, Roberto Castello Branco.
A decisão cabe ao conselho, formado por membros indicados pelo governo, mas que atuam com independência. O conselho deve se reunir na terça-feira (23) para discutir a troca.
No comando de Itaipu, usou o orçamento da hidrelétrica binacional para fazer várias obras, inclusive uma ponte que liga Brasil e Paraguai.
Silva e Luna serviu cinco anos no Ministério da Defesa, inicialmente como Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto; depois, como Secretário-Geral do Ministério; e por último, como ministro da Defesa, entre fevereiro de 2018 e janeiro de 2019.
Nos seus 12 anos como Oficial General da ativa, foi comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, em Tefé, Amazonas, de 2002 a 2004. Foi chefe do Estado-Maior do Exército de 2011 a 2014 e comandou várias Companhias de Engenharia de Construção na Amazônia.
Luna tem pós-graduação em Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, em curso realizado na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (1998); e Doutorado em Ciências Militares, realizado na Escola de Comando e EstadoMaior do Exército (1987/88), entre outros cursos.
No exterior, foi membro da Missão Militar Brasileira de Instrução e Assessor de Engenharia na República do Paraguai, de 1992 a 1994; e adido de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico no Estado de Israel, de 1999 a 2001.
Já como diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, em apenas uma canetada mandou cancelar todos os convênios de patrocínio que estavam em vigor mas não tinham qualquer relação com a missão da empresa, resultando em economia de R$ 42 milhões.
Um dos nove convênios cancelados foi o assinado entre a Itaipu e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que promoveu o VII Fórum Jurídico de Lisboa, de 22 a 24 de abril, em Portugal. O encontro tem entre os seus organizadores o ministro do STF, Gilmar Mendes.
Esse convênio foi assinado em novembro e tinha como valor total R$ 3,369 milhões, a serem pagos em três parcelas. No entanto, ainda em dezembro, foi enviado para a FGV R$ 2,492 milhões. Os R$ 876 mil restantes, que deveriam ser repassados no início do ano, foram bloqueados pela nova administração de Itaipu e não serão mais repassados. “Sou favorável a convênios que deixem legado para a sociedade”, disse o general
Há pouco menos de dois meses no cargo, o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, conseguiu, só num primeiro mapeamento, reduzir drasticamente os gastos em convênios considerados sem aderência à missão de Itaipu. A rescisão soma mais de R$ 42 milhões. Toda essa economia será aproveitada em obras estruturantes e em outras parcerias com impactos sociais mensuráveis. Nenhuma das medidas afeta a região Oeste do Paraná, área de influência da empresa.
A gestão do general Joaquim Silva e Luna na Itaipu Binacional, que completa dois anos no dia 26 de fevereiro, marca um novo protagonismo da usina, agora responsável por viabilizar parcerias com os governos federal, estadual e prefeituras da região para obras essenciais capazes de mudar o status do Paraná e, em especial, o da região Oeste.
Neste curto período, Itaipu fez e anunciou tudo o que era reivindicado há muitos anos pela região, mas que ficava muitas vezes apenas em vagas promessas.
Inclui-se neste “tudo” a construção de uma nova ponte entre o Brasil e o Paraguai, que vai mudar a logística da fronteira; a transformação do Aeroporto de Foz do Iguaçu, que terá condições de ser um hub do Mercosul; e a futura duplicação da rodovia mais importante para o turismo do município, a BR-469, que dá acesso às Cataratas do Iguaçu.
Confira, abaixo, a lista das principais obras de Itaipu em execução:
• Segunda ponte entre Brasil e Paraguai;
• Implantação do trecho de 46,9 km da rodovia BR-487 (Estrada da Boiadeira);
• Duplicação da rodovia BR-469 (Rodovia das Cataratas);
• Obras de acesso 2ªBR/PY (BR 277);
• Duplicação do contorno oeste de Cascavel (BR-163);
• Duplicação da BR-277 – Trecho PRF/Ferroeste
• Implantação de contorno de Guaíra;
• Obras no Hospital Ministro Costa Cavalcanti;
• Ampliação da pista do Aeroporto de Foz do Iguaçu;
• Revitalização da ponte Guaíra;
• Estrada Santa Helena-Ramilândia (26 km);
• Segunda sede do BPFron em Guaíra;
• Iluminação viária de 21 km da BR-277;
• Duplicação do acesso ao Aeroporto de Foz e ao Pátio de Manobras (Infraero);
• Construção do Mercado Municipal;
• Ciclovia na Vila A;
• Segunda fase da ciclovia na Tancredo Neves;
• Pista de atletismo em Foz;
• Revitalização do Centro Náutico de Guaíra;
• Projeto Beira Foz;
• Construção do Hemonúcleo de Foz;
• Laboratório de Medicina Tropical de Foz;
• Revitalização do Gramadão da Vila A, em Foz;
• Estudo de Viabilidade Técnica Econômica (Ramal Trimodal) Cascavel-Foz;
• Centro Integrado de Polícias de Foz;
• Revitalização do Porto Internacional de Guaíra;
• Reforma da Delegacia da Mulher/Turista/Instituto de Identificação, em Foz; e
• Nova sede da Fibra.
Em vários pronunciamentos, reuniões ministeriais e “lives”, o presidente Bolsonaro fez referência à atual gestão da margem brasileira da usina como “exemplar”. Em pouco mais de dois anos de mandato, o presidente esteve oito vezes no Paraná. E ele retorna a Foz do Iguaçu neste dia 25, a sua quinta agenda na cidade desde o início de seu mandato. O presidente virá lançar o projeto de revitalização da linha de Furnas, que leva energia de Itaipu para o Sudeste e Centro-Oeste do País.
Confira a análise no canal Pátria & Defesa: