O presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores na manhã desta terça (08) que o TCU não fez uma tabela do número de mortes por Covid-19 em 2020.
O presidente disse ter errado ao falar em uma “tabela do TCU“, em referência a estimativa de 50% de mortes notificadas.
“O TCU está certo, eu errei quando falei tabela, o certo é acórdão“, disse. Bolsonaro citou que, por lei, a distribuição de verbas do governo federal para estados e municípios teve como critério “mais importante” a “incidência de covid“.
“O próprio TCU dizia o quê? Que essa lei complementar poderia incentivar uma prática não desejável da supernotificação de covid para que aquele estado tenha mais recurso. A tabela quem fez fui eu, não foi o TCU. Então, o TCU acertou em falar que a tabela não é deles. A imprensa usa para falar que fui desmentido“, declarou.
Apesar de admitir que o errou ao atribuir ao TCU a autoria do relatório sobre a supernotificação, o presidente confirma que há superdimensionamento dos números de mortes pela novo coronavírus. Ele afirmou que irá pedir uma investigação.
Para ele, “há um indício fortíssimo” de supernotificação das mortes na pandemia.
Segundo Bolsonaro, a “tabela oficial de mortes” anuais no país indicou que houve “decréscimo” no número de óbitos de 2019 para 2020, enquanto em anos anteriores houve aumento de um ano para outro.
“Se tirar o número de mortes por covid no ano passado, são mais ou menos 200 mil, de 2019 para 2020 não teríamos um crescimento no número de mortes, teríamos decréscimo, um crescimento negativo. Isso leva a um indício enorme de que houve sim supernotificação pela prática indesejável apontada pelo acórdão do TCU que isso poderia acontecer para governadores conseguir mais recursos“, afirmou.
A notificação de mortes além do número real seria ainda, segundo o presidente, uma forma de justificar medidas restritivas impostas pelos governadores e prefeitos.
“Em cima disso para justificar tudo, por parte de alguns estados com toda certeza, os lockdowns, as políticas de fechar tudo, as políticas de toques de recolher“.
SUPERNOTIFICAÇÃO
A intenção de investigar a notificação das mortes causadas pelo novo coronavírus foi conversada com o advogado geral da União, ministro André Mendonça, com quem se reuniu no Palácio da Alvorada nesta manhã. A investigação poderá ser conduzida pela CGU (Controladoria Geral da União).
“Estava conversando agora com o advogado geral da União [ministro André Mendonça], veio tomar café comigo aqui. O que o governo pode fazer via Advocacia Geral da União [é] fazer uma investigação em cima disso. Desculpa aqui, a Controladoria Geral da União fazer, então, um trabalho em cima disso aí”, disse para apoiadores na saída da residência oficial.