Biden retalia o Brasil por não concordar com Bolsonaro

O presidente Joe Biden e membros do alto escalão do novo governo dos EUA receberam nesta semana um longo dossiê que pede o congelamento de acordos, negociações e alianças políticas com o Brasil enquanto Jair Bolsonaro estiver na Presidência.

Biden retaliou o Brasil por não concordar com Bolsonaro, sua ideologia esta acima dos interesses do povo e do estado americano.

O documento de 31 páginas condena a aproximação entre os dois países nos últimos dois anos e aponta que a aliança entre Donald Trump e Jair Bolsonaro teria colocado em xeque o papel de “Washington como um parceiro confiável na luta pela proteção e expansão da democracia”.

“A relação especialmente próxima entre os dois presidentes foi um fator central na legitimação de Bolsonaro e suas tendências autoritárias”, diz o texto, que recomenda que Biden restrinja importações de madeira, soja e carne do Brasil, “a menos que se possa confirmar que as importações não estão vinculadas ao desmatamento ou abusos dos direitos humanos”, por meio de ordem executiva ou via Congresso.

O documento foi escrito por professores de dez universidades (9 delas nos EUA) e de diretores de ONGs internacionais como a Amazon Watch. A iniciativa é da U.S. Network for Democracy in Brazil, uma rede criada por acadêmicos e ativistas brasileiros no exterior há dois anos que hoje conta com 1500 membros.

O texto também circula por membros do Conselho de Assessores Econômicos (CEA, na sigla em inglês) do gabinete-executivo de Biden e pelo ministério do Interior – cuja nova chefe, Debra Haaland, também é crítica contumaz de Bolsonaro.

“O governo Biden-Harris não deve, de forma nenhuma, buscar um acordo de livre-comércio com o Brasil”, reforça o dossiê, organizado em eixos: 

  • democracia e estado democrático de direito; 
  • direitos indígenas, mudanças climáticas e desmatamento; 
  • economia política; 
  • base de Alcântara e apoio militar dos EUA; 
  • direitos humanos; 
  • violência policial; 
  • saúde pública; 
  • coronavírus; 
  • liberdade religiosa e trabalho


O presidente americano e sua vice, Kamala Harris, já criticaram abertamente a gestão Bolsonaro e deram destaque especial em narrativas de falácias sobre queimadas na Amazônia.

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