Bancos voltam a cair e somam perdas de R$ 47 bi com temor de Magnitsky

As principais instituições bancárias do Brasil registraram nova desvalorização no mercado durante o pregão de quinta-feira (21), acumulando uma perda de R$ 47 bilhões, diante do receio dos investidores de que o setor financeiro seja prejudicado por um conflito decorrente da aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos.

Na terça-feira (19), um dia após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino afirmar que “leis estrangeiras só podem ser cumpridas no Brasil caso sejam validadas pela Justiça brasileira”, as ações de Itaú Unibanco, BTG, Bradesco, Banco do Brasil e Santander registraram uma queda conjunta de R$ 41,98 bilhões.

No dia seguinte, quarta-feira (20), as ações apresentaram uma leve recuperação, com alta de R$ 1,68 bilhão. Contudo, na quinta-feira, voltaram a cair, perdendo R$ 6,20 bilhões, totalizando R$ 46,50 bilhões em três dias.

Esses números foram apurados por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria. A declaração de Dino gerou apreensão no mercado ao sugerir possíveis sanções contra bancos que acatarem a Lei Magnitsky, aplicada pela Casa Branca contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. Essa legislação, entre outras medidas, pode limitar as transações financeiras do ministro em instituições bancárias. Esse conflito intensificou incertezas sobre os impactos negativos para empresas brasileiras com operações nos Estados Unidos, especialmente no setor financeiro.

As instituições estão em uma posição delicada: se seguirem a determinação do STF, podem enfrentar penalidades nos EUA; por outro lado, se obedecerem às restrições impostas pelo governo americano, estarão violando uma decisão judicial brasileira. Esse cenário pode desencadear uma crise que afetaria principalmente o mercado financeiro do Brasil e outras empresas com atuação internacional, com impactos potencialmente mais graves para companhias que mantêm relações comerciais frequentes com os Estados Unidos.

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