A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) descobriu que um indivíduo que atuava como membro da embaixada russa em Brasília (DF) era, na verdade, um espião da Rússia. Identificado como Serguei Alexandrovitch Chumilov, ele estava engajado em recrutar informantes brasileiros para o serviço de inteligência russo.
Fontes do Itamaraty revelaram à Folha de S.Paulo que Chumilov desembarcou no Brasil em 2018, apresentando-se como primeiro-secretário da embaixada em Brasília e representante da Casa Russa no Brasil (Russky Dom).
A revelação sobre as verdadeiras atividades de Chumilov no Brasil veio à tona em 2023. A pedido do governo russo, ele deixou o país e voltou para a Rússia. Tal procedimento é visto como uma prática comum para evitar “constrangimentos diplomáticos”.
Chumilov não enfrentou prisão no Brasil, já que sua estadia era legal e não utilizava identidade falsa. Por outro lado, em 2022, outro espião da Rússia, Serguei Vladimirovitch Tcherkasov, foi capturado por usar uma identidade brasileira falsificada com o objetivo de se infiltrar no Tribunal Penal Internacional, em Haia, Holanda.
Quando procurados, a Abin, o Ministério das Relações Exteriores e a embaixada russa não quiseram fazer declarações sobre o caso, alegando que se tratam de questões confidenciais.