Após o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) anunciar que o ditador Nicolás Maduro foi reeleito presidente da Venezuela, sem apresentar as atas da eleição, países como Estados Unidos, Costa Rica e Argentina sinalizaram preocupação com risco de fraude.
Enquanto isso, China e Rússia já reconheceram a vitória.
Países da América Latina disseram que é preciso checar se os resultados respeitaram a vontade popular. Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Paraguai, Peru e República Dominicana publicaram carta conjunta e pediram uma contagem transparente dos votos
Eles ainda pediram ação da OEA (Organização dos Estados Americanos). ”Nossos Governos solicitarão uma reunião urgente do Conselho Permanente da OEA para emitir uma resolução que salvaguarde a vontade popular.”
União Europeia também comentou sobre as eleições venezuelanas. ”Os venezuelanos votaram sobre o futuro do país de forma pacífica e em grande número. A vontade deve ser respeitada. É essencial garantir a total transparência do processo eleitoral, incluindo a contagem pormenorizada dos votos e o acesso (aos documentos) das assembleias de voto”, afirmou alto representante da diplomacia da UE, Josep Borrell
Estados Unidos afirmaram estar preocupados com o resultado. Antony Blinken, chefe da diplomacia estadunidense, declarou que o país tem ”sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano”
Espanha exigiu que atas sejam divulgadas. O ministro das Relações Exteriores espanhola expressou crítica às eleições e disse que é necessário a transparência ”tabela por tabela para que os resultados possam ser verificados”
Itália expressou ”perplexidade” com eleição. Antonio Tajani, ministro das Relações Exteriores e vice-premiê, também pediu pelo X resultados verificáveis e acesso às atas
O presidente chileno, Gabriel Boric, afirmou que o país não vai reconhecer nenhum resultado que não seja verificável. Boric disse que os resultados anunciados pela autoridade eleitoral venezuelana são “difíceis de acreditar” e também exigiu “total transparência das atas e do processo”.
O presidente da Argentina, Javier Milei, não economizou nas palavras para criticara reeleição do presidente venezuelano. “MADURO DITADOR, FORA!!!”, escreveu o presidente argentino, Javier Milei, em sua conta X antes da divulgação dos resultados oficiais na Venezuela.
Outros países como Peru, Uruguai, Costa Rica e Guatemala também não reconheceram a vitória de Nicolás Maduro.
O resultado anunciado na madrugada desta segunda-feira (29), com 80% das urnas apuradas, indicou a reeleição do chavista para um terceiro mandato de seis anos, com mais de 5,1 milhões de votos, contra 4,4 milhões, ou 44,2%, obtidos pelo candidato opositor, Edmundo González.
Países reconheceram vitória
China parabenizou Maduro por sua reeleição. Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, enfatizou que os dois países são ”bons amigos e parceiros que se apoiam mutuamente.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, também se apressou para felicitar Maduro. ”Tenho certeza que suas atividades à frente do Estado continuarão a contribuir para seu desenvolvimento progressivo em todas as direções”, acrescentou.
Xiomara Castro, presidente de Honduras, fez ”saudações democráticas, socialistas e revolucionários” à Nicolas. Ela ainda chamou os venezuelanos de povo corajoso pelo seu ”triunfo incontestável, que reafirma o legado histórico de Chávez”.
Cuba também reconheceu vitória. O General do Exército Raúl Castro Ruz conversou por telefone com Maduro para felicitá-lo.
Líder Luis Arce, da Bolívia, afirmou que reeleição de Maduro é um ”ótimo jeito de lembrar o comandante Hugo Chávez”. ”Acompanhámos de perto esta festa democrática e congratulamo-nos com o facto de a vontade do povo venezuelano nas urnas ter sido respeitada”, escreveu nas redes sociais.
Nicarágua enviou carta parabenizando. ”Nosso abraço de sempre, saudando a grande vitória que esse povo heroico entrega ao Comandante Eterno”, disse.
Brasil saúda eleição da Venezuela e diz aguardar publicação das atas
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou, por meio de nota, que aguarda a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela dos “dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
O comunicado diz que o Brasil “reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observadora por meio da verificação imparcial dos resultados”. O Itamaraty também cumprimentou a Venezuela pelo fato das eleições terem sido realizadas em clima pacífico.
“O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem [domingo] na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração”, diz a nota do MRE.
O governo brasileiro enviou como representante para acompanhar a votação o embaixador Celso Amorim, assessor especial de Relações Internacionais da Presidência da República.
Há a expectativa de que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela publique todas as atas com os resultados eleitorais por urna. Com isso, é possível verificar se as atas em mãos do CNE são as mesmas impressas na hora da votação e que foram distribuídas aos fiscais da oposição ou aos observadores nacionais e internacionais.
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2024-07/brasil-sauda-eleicao-da-venezuela-e-diz-aguardar-publicacao-das-atas