Valdemar, Torres e Filipe G. Martins depõem, enquanto Bolsonaro e militares silênciam

Durante o depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (22), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e membros do setor militar optaram por não prestar declarações. Em contraste, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, escolheram uma abordagem distinta ao responderem a todas as perguntas no inquérito que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado.

Filipe G. Martins e Tércio Arnaud Thomaz também responderam os questionamentos da PF

Depoimentos:

O ex-ministro da Justiça depôs por cerca de cinco horas na sede da Polícia Federal.

Em nota, a defesa do ex-ministro informou que ele respondeu todas as perguntas “serenamente” e afirmou que o ex-ministro tem disposição em colaborar com a investigação. “O ex-ministro acredita na Justiça e confia nas instituições brasileiras”, finalizou.

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, também resolveu falar diante dos investigadores. 

“A defesa de Valdemar Costa Neto informa que o presidente nacional do PL compareceu à Polícia Federal na data de hoje e respondeu todas as perguntas que lhe foram feitas. A defesa não fará qualquer comentário sobre as investigações”, informaram os advogados.

Militares próximos do ex-presidente também seguiram o ex-presidente e não se manifestaram, pois não tiveram acesso integral aos autos do processo. Os militares que optaram por ficar em silêncios são:

  • General Walter Braga Netto ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
  • Almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • General Paulo Sergio Nogueira, ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa
  • General Mario Fernandes, ex-chefe substituto da secretária-geral da presidência;
  • Ronald Ferreira de Araújo Junior, oficial do Exército

Filipe Martins diz que não entregou suposta minuta a Bolsonaro

Assessor da Presidência durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), Filipe G. Martins negou, em rápido depoimento à Polícia Federal (PF) em Curitiba (PR), nesta quinta-feira (22), que ajudou a redigir ou entregou uma suposta “minuta do golpe” ao ex-presidente.

Segundo fontes da PF, Martins não chegou a prestar um depoimento completo, mas disse que iria fazer “rápidos esclarecimentos”. Filipe Martins negou que tenha redigido, auxiliado na redação ou entregue qualquer documento que determinasse um golpe de Estado ou a prisão ilegal de autoridades.

A fala de Filipe contraria o que disse o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, em deleção premiada. Cid teria dito que Bolsonaro recebeu de Filipe Martins uma espécie de rascunho do que seria a minuta do golpe, onde constaria a possibilidade de prisão de autoridades e até a convocação de novas eleições.

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