Ucrânia ameaça renunciar ao seu status não nuclear

Ucrânia pode desistir de sua promessa de ser uma nação não nuclear e reverter a decisão que tomou ao desistir de suas armas atômicas após o colapso da União Soviética, alertou o presidente ucraniano Vladimir Zelensky.

Falando na conferência de segurança de Munique neste sábado (19), Zelensky apontou que, em 1994, a Ucrânia aderiu ao Memorando de Budapeste, desistindo de suas armas nucleares em troca de garantias de segurança.Em seguida, segundo o portal RT, ele sugeriu que a medida poderia ser revertida se a Ucrânia for ameaçada pela vizinha Rússia.

“Hoje (19), a Ucrânia fará isso pela quarta vez”, disse ele, enfatizando que ordenou ao seu ministro das Relações Exteriores que solicitasse as consultas, mas que seria a última tentativa do lado da Ucrânia.

O presidente ucraniano também disse que tentou iniciar consultas com os Estados garantidores do Memorando de Budapeste três vezes, como parte de um esforço para revisar seus termos, sem nenhum sucesso.

“Se eles não ocorrerem ou não houver decisões concretas sobre as garantias de segurança para nosso Estado, a Ucrânia terá todo o direito de acreditar que o Memorando de Budapeste não está funcionando e todas as decisões do pacote de 1994 foram questionadas”, afirmou.

Na Conferência de Segurança de Munique, em 19 de fevereiro, presidente Vladimir Zelensky discursou na se dirigindo principalmente às nações ocidentais, exortando a responsabilidade destas para com a Ucrânia.

A Ucrânia recebeu garantias de segurança por abandonar a terceira capacidade nuclear do mundo. Não temos essa arma. Também não temos segurança. Também não temos parte do território de nosso Estado. E o mais importante – não temos milhões de nossos cidadãos. Não temos tudo isso. Portanto, temos algo. O direito de exigir uma mudança de uma política de apaziguamento para garantias de segurança e paz.

Desde 2014, a Ucrânia tentou três vezes convocar consultas com os Estados garantidores do Memorando de Budapeste. Três vezes sem sucesso. Hoje a Ucrânia fará isso pela quarta vez. Eu, como presidente, farei isso pela primeira vez. Mas tanto a Ucrânia quanto eu estamos fazendo isso pela última vez. Estou iniciando consultas no âmbito do Memorando de Budapeste. Se não voltarem a acontecer ou os seus resultados não garantirem a segurança do nosso país, a Ucrânia terá todo o direito de acreditar que o Memorando de Budapeste não está funcionando e que todas as decisões do pacote de 1994 estão em causa.

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