A Rússia destacou dezenas de milhares de soldados nas últimas semanas na fronteira com a Ucrânia e na península da Crimeia, anexada à Federação Russa em 2014.
Segundo Moscou, trata-se de “exercícios militares” em resposta às ações “ameaçadoras” da Otan, a aliança militar da qual a Ucrânia deseja aderir. O governo russo acusa Kiev de preparar uma ofensiva contra os separatistas e advertiu que virá em seu socorro em caso de ataque.
O ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu nesta quinta-feira (15) por mais apoio ocidental, dizendo que “palavras de apoio não são suficientes”. Nesta sexta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, terá um encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, em Paris. A chanceler alemã Angela Merkel participará da conversa por videoconferência.
A Ucrânia acusou nesta quinta (15) a Rússia de tentar “destruí-la”, na véspera de uma cúpula trilateral com França e Alemanha sobre o aumento das tensões na região após a concentração de tropas russas nas fronteiras ucranianas.
“Ameaçam abertamente a Ucrânia com uma guerra e com destruir o Estado ucraniano”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, em uma coletiva de imprensa conjunta com seus colegas dos países bálticos (Estônia, Lituânia e Letônia), que viajaram a Kiev para expressar solidariedade.
Há semanas, os confrontos aumentaram entre Kiev e os separatistas pró-russos no leste, enquanto Moscou posicionou dezenas de milhares de homens nas proximidades, aumentando o temor de uma operação militar em grande escala.
Ucrânia, França e Alemanha pedem à Rússia que retire tropas da fronteira
Os líderes da Ucrânia, Alemanha e França pediram nesta sexta-feira que a Rússia retire suas tropas da fronteira com a Ucrânia, depois que Moscou exigiu que Paris e Berlim usassem sua “influência” para que Kiev interrompa suas “provocações”.
O presidente francês Emmanuel Macron recebeu seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Paris, para uma reunião posteriormente acompanhada pela chanceler alemã, Angela Merkel, por meio de videoconferência para tratar das recentes tensões entre Kiev e Moscou.
Os três líderes expressaram “preocupação com o aumento das tropas russas na fronteira com a Ucrânia, assim como na Crimeia, anexadas ilegalmente” e pediram sua retirada “para diminuir a escalada”, segundo um comunicado conjunto.
Zelensky, por sua vez, pediu uma cúpula com Rússia, França e Alemanha para tentar aliviar as tensões com Moscou.
O presidente russo Vladimir Putin e Zelensky se encontraram pela última vez em Paris em dezembro de 2019, em uma reunião patrocinada por Macron e também com a presença de Merkel, que ajudou a reduzir as tensões nos meses seguintes.
Os líderes da França e da Alemanha são mediadores do conflito desde 2015, no chamado formato da Normandia, e vêm acompanhando um frágil cessar-fogo.
Zelensky disse esperar que a trégua seja restaurada após uma reunião de conselheiros dos quatro países marcada para segunda-feira.
Em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, instou Merkel e Macron a convencer Kiev a “parar qualquer ato de provocação” e “enfatizar a necessidade de cumprimento incondicional do cessar-fogo”.
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