O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebateu, em tempo real, as suspeitas que o presidente Jair Bolsonaro levantou sobre o sistema eleitoral brasileiro durante conversa com diplomatas nesta segunda-feira (18).
CONFIRA A FALA DE FACHIN
“Há um inaceitável negacionismo eleitoral por parte de uma personalidade importante dentro de um país democrático, e é muito grave a acusação de fraude (má fé) a uma instituição, mais uma vez, sem apresentar provas”, afirmou Fachin.
“Ainda mais grave, é o envolvimento da política internacional e também das Forças Armadas, cujo relevante papel constitucional a ninguém cabe negar como instituições nacionais, regulares e permanentes do Estado, e não de um governo. É hora de dizer basta”, continuou
A fala de Fachin ocorreu durante evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em que ele também rebateu as afirmações de Bolsonaro.
Na avaliação do presidente da Corte, esse tipo de declaração sobre as urnas tenta “sequestrar” a opinião pública e a estabilidade política.
Enquanto o presidente, pré-candidato à reeleição, ainda proferia sua fala, a assessoria enviou respostas a dez “alegações” feitas por Bolsonaro.
A corte rebateu pontos levantados pelo presidente sobre o inquérito aberto pela Polícia Federal (PF) em 2018 sobre a invasão de um hacker ao sistema da Justiça Eleitoral.
O posicionamento da corte é que acesso como eles dizem “indevido”, objeto de investigação, “não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018”. A invasão ocorreu ao sistema interno do tribunal, sem relação com o sistema de segurança das urnas eletrônicas.
A corte, no entanto, apontou que a corregedoria da PF disse que o inquérito estava sob sigilo “pelo fato de ainda estar aberto”.
Outro ponto refutado é que o TSE não quer adotar o voto impresso mesmo após recomendação da Polícia Federal, uma vez que o próprio Congresso enterrou o projeto sobre o assunto no ano passado.
O TSE também rebateu a informação de que poucos países do mundo usam o sistema de urnas eletrônicas e a alegação de que o PSDB afirmou, depois de ser derrotado nas eleições de 2014, que o sistema era inauditável.
A corte, no entanto, afirmou que a própria auditoria do partido concluiu que não foi possível identificar fraudes na votação daquele ano. O então candidato do partido naquele ano, o deputado Aécio Neves, também rebateu Bolsonaro e reafirmou sua confiança nas urnas.
o tribunal afirmou que não é verdadeiro que uma empresa terceirizada que conta os votos do pleito. “O sistema de totalização é feito no TSE e é apresentado as entidades fiscalizadoras com um ano de antecedência bem como é lacrado em cerimônia pública”, afirmou.