A reunião entre o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, deve definir na terça-feira o rumo das relações entre o governo e a Corte eleitoral.
Os dois vão discutir mais uma vez as mudanças que os militares querem implementar no Teste de Integridade, uma das principais etapas do processo de auditoria das urnas eletrônicas.
O ministério da defesa avalia que falta concretizar a realização do teste de integridade em um número de seções eleitorais maior do que utilizado hoje. Ainda resta definir o tamanho e a escala do projeto piloto.
“Estará resolvido quando as ações forem implementadas. Quanto mais urnas, maior o nível de confiança, estatisticamente”, diz um general que acompanha de perto as discussões.
“A expectativa é definir o número de seções, pois o tempo é curto. Acreditamos que chegaremos a bom termo.”
A nota oficial acertada entre TSE e a Defesa, divulgada após a última reunião, fala apenas no uso da “biometria de eleitores reais em algumas urnas indicadas para o referido teste”.
O assunto tem sido tratado sob a mais absoluta discrição pela equipe de Moraes, que vem procurando representantes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para saber a capacidade deles de adotar o projeto piloto.
A interlocutores, Moraes tem frisado que a palavra final sobre a viabilidade do projeto piloto será dele.
O teste de inregridade consiste em uma votação paralela à oficial, feita com cédulas de papel no dia da própria eleição.
Geralmente ele é feito na sede de TREs, como simulação de uma votação normal: os participantes recebem cédulas já previamente preenchidas e depois esse voto é computado em uma urna eletrônica.
Os militares insistem que o Teste de Integridade seja feito não mais no ambiente controlado dos TREs, mas em seções eleitorais de verdade, escolhidas aleatoriamente, com o uso da biometria para identificar os eleitores. Dizem que seria uma simulação o mais próximo possível da votação real.
O teste precisa de locais com infraestrutura apropriada para a sua realização, já que é filmado por câmeras – e nem todas as seções eleitorais Brasil afora, algumas delas em aldeias indígenas remotas, oferecem instalações apropriadas.
Há quem no TSE defenda que, se o projeto piloto for mesmo realizado, que ele ocorra em seções eleitorais de capitais federais, onde as condições de infraestrutura são melhores.
Fonte: https://oglobo.globo.com/blogs/malu-gaspar/post/2022/09/reuniao-de-moraes-com-ministro-da-defesa-pode-selar-os-termos-da-tregua-entre-governo-e-tse.ghtml?utm_source=globo.com&utm_medium=oglobo