O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (4) ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que seu governo irá assumir a Faixa de Gaza.
Trump disse que a ocupação americana poderia ser a longo prazo. “Eu vejo uma posição de propriedade de longo prazo”, respondeu a um jornalista. “Todos com quem conversei adoram a ideia de os Estados Unidos possuírem aquele pedaço de terra”, completou.
O republicano afirmou que os EUA vão reconstruir a região, palco do conflito entre Israel e Hamas. “Faremos um grande trabalho nela. Vamos assumir e desmantelar todas as bombas perigosas não detonadas e outras armas no local”, prometeu.
O presidente dos EUA ainda disse que outros países poderiam receber os palestinos que estão na Faixa de Gaza. “Ela tem sido símbolo de morte e destruição por décadas, tão ruim para a população que vive ali. Muita falta de sorte naquele lugar. Não deveria ocorrer um processo de reconstrução pelas mesmas pessoas que estão lá. Em vez disso, deveriam ir para outros países com interesse em questões humanitárias”, afirmou.
Trump disse que os palestinos só voltam para a Faixa de Gaza porque “não têm alternativa”. “É um lugar de destruição, foi tudo demolido ali. Eles poderiam ocupar outras áreas tão bonitas”, reforçou.
Questionado por um jornalista, o republicano não descartou enviar tropas dos EUA para Gaza. “No que diz respeito a Gaza, faremos o que for necessário. Se for necessário, faremos isso”.
Benjamin Netanyahu disse que terminará a guerra contra o Hamas “vencendo a guerra”. “A vitória de Israel será a vitória da América”, acrescentou o israelense. “Israel sabe o que fazer. Destruir a ala militar do Hamas, a capacidade de governar, garantir a volta e a vida de todos os reféns e garantir que Gaza nunca mais seja uma ameaça”, defendeu Netanyahu.
O primeiro-ministro ainda definiu Trump como o “maior amigo que Israel já teve na Casa Branca”. “É por isso que o povo de Israel tem tanto respeito por você”, declarou.
Netanyahu viajou aos EUA com um cessar-fogo em Gaza ainda em vigor e sob a expectativa de que negociações visando a uma segunda fase do acordo comecem nesta semana. Como o novo governo de Trump conta com várias figuras pró-Israel, a expectativa israelense é que endossem a expansão dos assentamentos na Cisjordânia ocupada e resistam à pressão internacional pelo fim da guerra em Gaza. “Provavelmente faremos um anúncio sobre esse tópico muito específico nas próximas quatro semanas”, disse o presidente dos EUA durante a coletiva nesta terça.
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