O ministério da Defesa do Cazaquistão informou que um avião com militares da força de paz aterrissou no Cazaquistão, mas o envio de tropas e equipamento ainda vai continuar.
A ajuda é prestada no âmbito das obrigações da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês). O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokaev, se dirigiu aos Estados-membros do bloco, Rússia, Belarus, Armênia, Tajiquistão e Quirguistão, para prestarem ajuda ao país asiático para conter os protestos violentos e estabelecer a paz no país. O presidente considera a situação uma invasão preparada no exterior.
Tropas de uma aliança militar liderada pela Rússia chegaram ao Cazaquistão nesta quinta, 6, para restaurar a ordem depois que protestos no país contra o aumento no preço dos combustíveis se tornaram violentos.
O envio foi solicitado pelo próprio presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, que decretou estado de emergência e impôs toque de recolher.
Autoridades do país relatam que dezenas de manifestantes foram mortos e centenas ficaram feridos, incluindo 13 policiais, e dois deles foram decapitados. Segundo o Ministério do Interior, cerca de 2 mil pessoas foram presas até o momento.
Além da Rússia, também Belarus, Armênia, Quirguistão e Tajiquistão confirmaram sua disposição de enviar tropas de paz. Os militares vão realizar operações de segurança nas instalações importantes.
Crise
Protestos no Cazaquistão começaram no início do 2022 após um anúncio do governo sobre aumento de preços do gás liquefeito. Após vários dias de protestos, o governo anunciou sua renúncia, a qual foi aceita pelo presidente do país. Entretanto, os protestos se transformaram em atos violentos, com edifícios incendiados e agentes de órgãos de segurança, médicos e jornalistas feridos.
A crise no Cazaquistão, que é rico em petróleo, representa o maior desafio até o momento para Tokayev, no poder há menos de três anos. O país abriga alguns dos maiores campos de petróleo do mundo e é responsável por mais de 40% da produção mundial de urânio, informou o jornal The New York Times.
Segundo Stanislav Zas, secretário-geral da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, foram enviados cerca de 2,5 mil soldados para o Cazaquistão, e esse número pode aumentar. Mas o secretário não informou se os soldados foram enviados apenas para a cidade de Almaty, capital econômica do Cazaquistão, onde manifestantes atacaram diversos prédios públicos, ou também para outras localidades.