STF julga hoje mãe que escreveu Perdeu, Mané em estátua da Justiça

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) começa a julgar hoje a ação penal contra a cabeleireira Débora Rodrigues Santos, que escreveu “Perdeu, mané” com batom vermelho na estátua da Justiça durante as manifestações do 8 de Janeiro.

Ré primária e mãe de dois filhos segue presa por escrever com batom: “Perdeu, mané”. O prolongamento da prisão tem causado sofrimento à família de Debora, especialmente aos dois filhos menores de 12 anos. 

Defesa de Débora afirma que julgamento é “teste crucial para o Estado de Direito no Brasil”. O advogado Hélio Junior afirma que sua cliente não praticou qualquer ato violento e que sua prisão é desproporcional.

Ela é ré após ter sido acusada de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado por violência e grave ameaça. Os julgamentos no plenário virtual começam às 11h e vão até a sexta-feira da semana seguinte.

Débora está presa desde março de 2023. Ela foi presa preventivamente na Operação Lesa Pátria e segue detida até hoje no interior de São Paulo. Os investigadores confirmaram a identidade dela devido aos registros fotográficos feitos no dia. Ela foi presa cerca de três meses após o ato.

Obra pichada foi avaliada pelo STF entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. “A Justiça” é uma das principais obras do artista mineiro Alfredo Ceschiatti.

Frase escrita por Débora na estátua faz referência a uma fala do presidente do STF, ministro Luis Roberto Barroso. O magistrado respondeu a um manifestante com essa frase ao ser abordado na rua, durante uma viagem a Nova York, em novembro de 2022.

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