A empresa estatal Gazprom, da Rússia, reduziu novamente o envio de gás natural à Europa no final de semana, o que gerou novo aumento no preço do produto e fortaleceu o temor de escassez durante o rigoroso inverno, que começa oficialmente hoje (21) no hemisfério norte.
Semanapassada, o envio de gás pelo gasoduto Yamal, que cruza Belarus e Polônia até a Alemanha, foi o menor no intervalo de um mês.
A Gazprom também reservou apenas uma capacidade adicional mínima na segunda-feira (20), e deixou o mercado em alerta.
A queda no fornecimento pela Gazprom fez os preços do gás subirem mais uma vez em toda a Europa, para US$ 1,7 mil por metros cúbicos. Trata-se de uma alta de 70% em relação a setembro, quando o temor de escassez se instalou no continente.
O Yamal é uma das principais rotas de abastecimento da Gazprom, somando-se ao Nord Stream 1, que opera com capacidade total.
Crise na Europa
A Europa enfrenta uma grave crise no setor de gás natural, cujos preços subiram a níveis preocupantes nos últimos meses. E o problema tem Alemanha e Rússia como protagonistas, estando no centro da questão o gasoduto Nord Stream 2, projetado para fornecer gás russo através do Mar Báltico, contornando a Ucrânia e a Polônia.
Apesar da necessidade europeia de ampliar urgentemente a oferta de gás natural em meio à crise do setor, a obra divide opiniões, com os Estados Unidos encabeçando a oposição.
Os críticos sustentam que o novo gasoduto não é compatível com as metas climáticas europeias, acentua a dependência das exportações russas de energia e potencialmente aumentará a influência exercida pelo presidente Vladimir Putin na região. Já a Rússia e Alemanha defendem a iniciativa como “puramente comercial”, uma forma de atender à crescente demanda por gás no continente.
FONTE: Moscow Times.