Uma lista divulgada pede que a aliança atlântica pare de enviar tropas e armas para países vizinhos, mesmo aqueles que se tornaram membros da Otan
A Rússia apresentou uma lista de exigências à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e aos Estados Unidos para desarmar a tensão regional.
O site do Ministério das Relações Exteriores da Rússia publicou duas propostas de tratado para reduzir, de forma drástica, a presença militar às portas da Ucrânia.
Os documentos — chamados “Tratado entre os Estados Unidos e a Federação da Rússia sobre as garantias de segurança” e “Acordo sobre as medidas para garantir a segurança da Federação da Rússia e dos Estados-membros” da Otan — visam impedir a expansão da aliança transatlântica de defesa em direção ao Leste Europeu e a instalação de bases militares norte-americanas na antiga União Soviética.
Os textos, respectivamente, têm quatro e nove páginas, além de oito artigos. Eles pedem a proibição do envio de navios de guerra e de caças e bombardeiros a áreas onde poderiam ser usados para ataques à Rússia.
As exigências do Kremlin foram recibidas com críticas e ceticismo pela comunidade internacional. Segundo a agência de notícias France-Presse, Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, advertiu sobre a impossibilidade de qualquer negociação sobre a segurança europeia sem a participação dos aliados e parceiros dos EUA.
A Otan não se pronunciou sobre a posição de Moscou. Na quinta-feira, a organização divulgou comunicado no qual admitia “grave preocupação com o aumento substancial, não provocado e injustificado do contingente russo nas fronteiras da Ucrânia” e exortava a Rússia a “imediatamente reduzir a escalada e buscar canais diplomáticos”.
Vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, defendeu como “essencial colocar no papel as garantias de segurança da Rússia, e que tenham valor de direito”. Ele se disse disposto a começar negociações “sem atrasos e sem interrupções”. “Podemos ir a qualquer lugar e a qualquer hora, mesmo amanhã”, declarou.
Para o número dois da chancelaria de Moscou, os documentos apresentados têm o propósito de restabelecer uma cooperação entre Rússia e Ocidente em “ausência total de confiança” mútua. Ryabkov tachou de “agressiva” a política da Otan “nas fronteiras da Rússia”. Ele afirmou que a oportunidade é para “relançar a relação a partir de uma página em branco”.