Rússia adere ao Consenso de Genebra, grupo que agora reúne 36 países em defesa da vida

Representantes dos países signatários do Consenso de Genebra, documento em que se posicionam contrários à adoção de leis internacionais pró-aborto e em favor da proteção da mulher, reuniram-se nesta quarta-feira (3), na sede da Missão do Brasil em Genebra (Suíça), para celebrarem um ano da assinatura da declaração. Na ocasião, foi comemorada a adesão da Rússia. O grupo agora reúne 36 países em prol da defesa da vida.

Bolsonaro iniciou acenos a Putin ainda no início de 2021.

Numa reunião dos Brics, o russo chegou a elogiar o presidente brasileiro por suas atitudes nacionalistas. A possibilidade de uma viagem para Moscou foi confirmada pelo chanceler brasileiro, Carlos França. Ele, porém, mas disse que a crise de saúde pública pode frustrar a missão.

Uma agenda específica ainda está ampliando a aliança entre Putin e Bolsonaro: a defesa da família e direitos para mulheres.

Nos últimos meses, o Kremlin adotou posturas críticas contra resoluções na ONU que tratavam de temas como a proteção de mulheres e meninas. Moscou apresentou emendas aos projetos, na tentativa de esvaziá-los. Muitos deles contaram com o apoio discreto ou por vezes explícito do governo brasileiro.

Há apenas uma semana, sites conservadores indicaram que o governo russo acenou para uma adesão ao pacto que hoje é liderado pelo Brasil, o Consenso de Genebra.

O grupo de cerca de 36 países tem como objetivo evitar que organismos internacionais avancem pautas como educação sexual e acesso a saúde sexual. O argumento do bloco é de que tais medidas poderiam servir de brechas para legitimar uma pauta de apoio ao aborto.

O bloco havia sido criado por Donald Trump. Mas, com sua derrota nas eleições, Joe Biden anunciou o fim da participação dos EUA na iniciativa.

Funcionários do governo Trump informaram aos demais participantes que a nova liderança no projeto era assumida pelo Brasil.

Num discurso no dia 21 de outubro, Putin comparou o debate atual às tentativas de comunistas de lidar com os temas nos anos 20. Ele criticou a tentativa de abolir conceitos como homem e mulher.

“Quem ousar mencionar que os homens e as mulheres existem de fato, o que é um fato biológico, correm o risco de ser alvo de um ostracismo”, disse.

Ele ainda chamou de atos “monstruosos” a educação que diz a um menino que “ele pode tornar-se numa menina, e vice-versa.

“Chamando as coisas pelos seus nomes, isso beira a um crime contra a humanidade, e isso está a ser feito em nome e sob a bandeira do progresso”, completou.

O discurso se assemelha com o da ministra Damares Alves (Família, Mulher e Direitos Humanos) que promove nesta semana, em encontros em Genebra.

Fonte: Uol

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