Relator da CPI da Pandemia, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) aliou-se ao senador Humberto Costa (PT-PE) para requisitar um inédito pedido de quebra de sigilo bancário de um veículo de imprensa na comissão da CPI
De acordo com o documento, a rádio é classificada como “grande disseminador de fake news” e o requerimento vem na esteira da investigação contra o chamado gabinete do ódio – no sentido de descobrir se houve ou não financiamento de informações falsas durante crise de saúde pública.
O relator pede a quebra “desde o início de 2018 até o presente, de todas as contas de depósitos, contas de poupança, contas de investimento e outros bens, direitos e valores mantidos em Instituições Financeiras”. Também requer uma análise comparativa “entre os períodos, anterior e posterior à situação de pandemia, até a presente data”.
Além da requisição de quebra de sigilo bancário da Jovem Pan, Calheiros e Costa também pedem a quebra do sigilo bancário dos responsáveis pelos sites de direita ou viés conservador Allan dos Santos (Terça Livre), Raul Nascimento dos Santos (Conexão Política), Paulo Enéas (Crítica Nacional), José Pinheiro Tolentino Filho (Jornal da Cidade), Tarsis de Sousa Gomes (Renova Mídia) e das produtoras LHT Higgs LTDA (Brasil Paralelo) e Farol Produções Artísticas (Senso Incomum), classificando todos como “grandes disseminadores das chamadas ‘fake news'”.
Em nota, a rádio afirmou que a história comprova que, ao longo de seus 77 anos de existência, a empresa jamais disseminou fake news e que pedidos do gênero são injustificáveis.
“Os profissionais da Jovem Pan divulgam fatos e os analisam segundo diferentes pontos de vista. O autor do pedido não especifica quais profissionais disseminaram notícias mentirosas e em quais programas isso teria ocorrido. Fica claro, portanto, que se trata de uma acusação genérica que tem por única finalidade cercear a liberdade de imprensa no Brasil”, pontua.