Uma semana após apresentar o projeto, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) decidiu retirar a proposta controversa que poderia dificultar os planos de Jair Bolsonaro para assumir o controle do Senado a partir de 2026.
O pedido de retirada foi formalizado por Randolfe, atual líder do governo Lula no Congresso, na segunda-feira (9/2), três dias após a divulgação do conteúdo da proposta por uma coluna de notícias.
Embora Randolfe não tenha dado uma explicação oficial para a retirada, ele informou a aliados que seria mais adequado abordar o tema em um projeto de reforma eleitoral mais amplo, relatado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI). Segundo ele, essa abordagem permitiria tratar o assunto de forma “mais qualificada”.
A proposta sugeria que, em eleições como a de 2026, quando dois senadores são eleitos por estado, os eleitores teriam direito a apenas um voto, e os dois candidatos mais votados seriam eleitos.
Atualmente, as regras são diferentes. Nas eleições em que 2/3 do Senado são renovados, os eleitores podem votar em dois candidatos por estado, sendo eleitos os dois mais votados. O projeto de Randolfe buscava modificar esse sistema de escolha para as eleições em que dois senadores são escolhidos por estado, alterando a dinâmica da renovação de 2/3 do Senado.
Bolsonaro de olho no Senado
Caso o projeto de Randolfe fosse aprovado e sancionado, a mudança dificultaria os planos de Bolsonaro de eleger as duas vagas ao Senado de uma vez em estados conservadores, pois os votos da direita se dividiriam.
O foco de Bolsonaro nas eleições de 2026 é eleger o maior número de senadores possível. O objetivo do ex-presidente é alcançar maioria na Casa para aprovar impeachment de ministros do STF.
O próprio Bolsonaro pediu a senadores aliados para priorizarem suas reeleições como forma de fortalecer a bancada de direita. Ele também deve lançar seus familiares ao Senado, entre os quais, Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro.
Fonte: Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/igor-gadelha/randolfe-desiste-de-pl-que-evitaria-controle-do-senado-por-bolsonaro