“Foram os Estados Unidos que trouxeram os seus mísseis até à nossa casa, até à soleira da nossa porta”, insistiu Putin. “E agora exigem-nos algumas garantias. Vocês [EUA] é que têm de nos dar garantias. Vocês! Imediatamente, sem demoras!”
Na sua habitual conferência de imprensa anual, o Presidente russo responsabilizou os EUA e a NATO pelas tensões na Europa de Leste e a Alemanha pela crise energética.
Vladimir Putin falou durante sua tradicional conferência de imprensa de final de ano, realizada nesta quinta-feira, para defender a Federação Russa das acusações que lhe têm sido feitas pelos países Ocidentais, sobre uma série de temas entre eles a instabilidade na Ucrânia.
Sobre a questão ucraniana e os receios de um conflito militar de larga escala no Leste do país, o Presidente russo garantiu que se trata de uma narrativa que está a ser promovida pela NATO e, particularmente, pelos Estados Unidos.
Putin recusou responsabilidades da Rússia na escalada de tensão e da retórica sobre a região, criticou a ameaça de sanções vinda de Washington e exigiu garantias aos norte-americanos antes do início das negociações entre os dois países marcada para 2022.
“Estão sempre a dizer: guerra, guerra, guerra. Fica a impressão que talvez se estejam a preparar para uma terceira operação militar [na Ucrânia] e que nos estão a avisar: não intervenham, não protejam estas pessoas; mas se intervierem e as protegerem, haverá novas sanções”, zombou o chefe de Estado russo.
“Não fomos nós que chegámos às fronteiras dos EUA ou do Reino Unido. Não. Foram eles que chegaram às nossas”, numa referência à contínua expansão da NATO para Leste.