Prisão ilegal de Filipe G. Martins repercute nos Estados Unidos

Parlamentares brasileiros irão realizar uma viagem oficial aos Estados Unidos em novembro para solicitar uma investigação sobre o caso de Filipe G. Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, que foi preso de maneira considerada ilegal por Alexandre de Moraes (STF). A prisão foi motivada por um relatório supostamente fraudado pela Polícia Federal (PF), que alegou que Martins teria fugido do Brasil em dezembro de 2022.

A prisão ocorreu no contexto das investigações envolvendo a narrativa de uma tentativa de golpe de Estado durante o governo Bolsonaro.

Os detalhes da viagem devem ser definidos nesta segunda-feira (23/07). Além de discutir o caso de Filipe G. Martins, os parlamentares também planejam tratar de assuntos relacionados ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Eles pretendem apoiar o pedido de parlamentares republicanos dos Estados Unidos que defendem a suspensão da emissão de vistos para Moraes e outros ministros do STF.

Entenda a Prisão ilegal de Filipe Martins

Martins foi detido no dia 8 de fevereiro como parte da operação Tempus Veritatis, que investiga supostas “ações antidemocráticas associadas ao governo Bolsonaro”, conforme a alegação infundada da Polícia Federal (PF). Ele foi liberado e colocado em prisão domiciliar em 9 de agosto, por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A prisão foi autorizada com base em uma acusação falsa de que Martins estaria foragido e apresentava risco de fuga, uma hipótese fabricada pelo delegado da PF Fábio Shor e acatada por Moraes.

“O nome de FILIPE MARTINS também consta na lista de passageiros que viajaram a bordo do avião presidencial no dia 30.12.2022 rumo a Orlando/EUA. Entretanto, não se obtiveram registros de saída do ex-assessor no controle migratório, o que pode indicar que o mesmo se evadiu do país para se furtar de eventuais responsabilizações penais”, diz o relatório fraudado pelo delegado federal Fábio Shor.

O relatório manipulado pelo delegado Fábio Shor afirmava, de maneira falsa, que Martins teria viajado para a Flórida em 30 de dezembro de 2022. No entanto, essa informação jamais foi confirmada, nem pelas autoridades dos Estados Unidos nem pelas do Brasil. No relatório adulterado, que serviu de base para o pedido de prisão, a PF alegou que o nome de Martins constava na lista de passageiros de um voo presidencial para Orlando, Flórida (EUA), mas não havia registros oficiais de sua saída do Brasil ou de sua entrada nos EUA.

Mesmo sem provas dessa suposta fuga, Moraes ordenou a prisão de Martins. A PF também ignorou imagens publicadas nas redes sociais que confirmavam sua presença no Brasil. Quando foi preso, Martins estava em um apartamento em Ponta Grossa (PR), a 117 km de Curitiba, com sua namorada, desmentindo a tese de que seu paradeiro era desconhecido.

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