O Conselho de ministros do Peru decretou nesta quarta-feira (14) estado de emergência nacional e propôs a antecipação das eleições para 2023, a fim de conter as manifestações violentas que abalam o país, após a tentativa de golpe do ex-presidente Pedro Castillo.
“Acordou-se decretar estado de emergência em todo o país devido aos atos de vandalismo e violentos, ao bloqueio de estradas e vias”, anunciou o ministro da Defesa, Alberto Otárola, ressaltando que a polícia e as Forças Armadas controlam a situação.
A declaração de emergência nacional de 30 dias suspende os direitos de “segurança e liberdade pessoal” em todo o país andino. Atos de vandalismo, violência e bloqueios de rodovias “requerem uma resposta contundente e autoritária do governo”, anunciou o ministro da Defesa, Luis Otarola Peñaranda.
A medida suspende os direitos de reunião e liberdade de movimento e autoriza a polícia, apoiada pelos militares do Peru, a revistar as casas das pessoas sem permissão ou ordem judicial. Otarola disse que não determinou se um toque de recolher será imposto. Ele estimou o número total de pessoas “causando essa perturbação” em não mais de 8 mil em todo o país.
Os protestos e tomadas de aeroportos e estradas deixaram sete mortos e cerca de 200 feridos em uma semana, segundo a Defensoria do Povo.
O ministro da Defesa disse que a declaração foi aprovada pelo conselho de ministros. Não mencionou a nova presidente do Peru, Dina Boluarte, que foi empossada pelo Congresso horas depois que os legisladores derrubaram Castillo. Boluarte pediu calma enquanto as manifestações continuam contra ela e o Congresso que derrubou seu antecessor.