Organização dos povos indígenas acusa Bolsonaro de genocídio no Tribunal Penal em Haia

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) vai apresentar hoje uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.

O Brasil tem cerca de 850 mil índios espalhados por mais de 300 povos originários.

O documento, de 148 páginas, acusa o presidente de genocídio e também de uma série de ações e omissões na gestão do meio ambiente.

O texto sustenta que o desmantelamento das estruturas públicas de proteção socioambiental desencadeou invasões a terras indígenas, desmatamento e incêndios nos biomas.

Também vão justificar o pedido após a morte de 1.162 indígenas de 163 povos durante a crise de saúde pública.

A entidade vai pedir ainda à Corte que enquadre Bolsonaro por ecocídio, nova tipificação de crime contra a humanidade, sobretudo contra o planeta e o meio ambiente.

Após a apresentação da denúncia, o trâmite do processo se dá na Procuradoria do tribunal internacional, que vai analisar se abre ou não investigação contra Bolsonaro.

Segundo o Estatuto de Roma, tratado que estabeleceu a criação do Tribunal Penal Internacional, os condenados por acusações semelhantes podem sofrer medidas cautelares e até prisões preventivas.

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