Em um encontro realizado na cidade de Nova York, nos EUA, o Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez um alerta para a nova onda de severa insegurança alimentar que está afetando o mundo. A atual escassez de grãos e fertilizantes causadas pelo coflito Rússia e Ucrânia ajudou a piorar o cenário.
O Secretário-geral da ONU afirmou que está em “intenso contato” com a Rússia para restaurar as exportações de grãos ucranianos. Antes da invasão, em 24 de fevereiro, a Ucrânia exportava mais de quatro milhões de toneladas de produtos agrícolas por mês.
Além disso, o país era visto como a “cesta de pão do mundo” por comercializar 12% do trigo do planeta, 15% do milho e metade do óleo de girassol. Além da guerra, a interrupção das cadeias de distribuição de alimentos durante a pandemia “levaram dezenas de milhões de pessoas à insegurança alimentar.”
“As implicações econômicas e financeiras são complexas e requerem boa vontade de todos os lados para que um acordo seja firmado”, disse António Guterres. “Não vou entrar em detalhes porque declarações públicas podem afetar as chances de sucesso da negociação.”
De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, quase todas as exportações de grãos do país antes invasão russa passaram pelos portos da Ucrânia no Mar Negro. Os preços do trigo e do milho, que já estavam altos por causa da pandemia, subiram 22% e 20%, respectivamente, desde o início do conflito, segundo o jornal Valor Econômico.
A insegurança alimentar severa praticamente duplicou com a ascensão da crise de saúde mundial. No período pré-pandemia, cerca de 135 milhões de pessoas ao redor do mundo sofriam com os efeitos da fome. Hoje, os números saltaram para 276 milhões.