Na primeira fala como relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros afirmou em seu primeiro discurso que a comissão não fará perseguições, mas que é preciso punir “imediata e emblematicamente” os responsáveis pelas mortes durante a pandemia.
“O país tem o direito de saber quem contribuiu para as milhares de mortes, e eles devem ser punidos imediata e emblematicamente”.
Em vários momentos, Renan disse que a CPI será pautada pela ciência, com a consulta a especialistas, e pelo combate ao “negacionismo”.
Renan citou ter “repugnância ao fascismo” ao dizer que intimidações “sob qualquer modalidade e arreganhos não nos deterão”. E, segundo o senador, a CPI será “santuário” da ciência.
EM SUA FALA SOBRE O STF, O SENADOR DEMOSTRPU SEU TOTAL DESCOLAMENTO COM A REALIADE
“Faço ainda uma referência especial ao Supremo Tribunal Federal, que não tem faltado à nação brasileira na defesa altiva da nossa Constituição terrivelmente democrática”, disse Renam.
“Não foi por acaso o flagelo divino que nos trouxe a esse quadro [na pandemia]. Há responsáveis, evidentemente; há culpados por ação, omissão, desídia ou incompetência; e eles, em se comprovando, serão responsabilizados. Essa será a resposta para nos conectarmos com o planeta. Os crimes contra a humanidade não prescrevem jamais e são transnacionais. Milosevic e Augusto Pinochet são exemplos da história. Façamos a nossa parte”, declarou
Renan aproveita para alfinetar Lava Jato
Renan afirmou também que não será, na relatoria da CPI, “discípulo” do ex-juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol, “arquitetando” provas.
“Não somos discípulos de Deltan Dallagnol nem de Sérgio Moro. Não arquitetaremos teses sem provas ou power points contra quem quer que seja”.
“O que teria acontecido se tivéssemos enviado um infectologista para comandar nossas tropas [na Segunda Guerra Mundial]? Provavelmente um morticínio, porque guerras se enfrentam com especialistas, sejam elas guerras bélicas ou guerras sanitárias. A diretriz é clara: militar nos quartéis e médicos na saúde. Quando se inverte, a morte é certa, e foi isso que lamentavelmente parece ter acontecido. Temos que explicar como, por que isso ocorreu.”, em clara critica ao general Pazuello que comandou a pasta
Vale ressaltar que quando presidente do Senado, em 2016, Renan se recusou a receber notificação do STF sobre seu afastamento do cargo.
Na época, o ministro do STF Marco Aurélio Mello concedeu liminar para Renan ser afastado da presidência do Senado por concordar que, quem é réu, não pode compor a linha sucessória à Presidência da República em resposta a um questionamento da Rede Sustentabilidade.
Confira a análise no Canal Pátria & Defesa