Nunca fomos tão fortes quanto hoje, diz Maria Corinha

Desafiando o presidente Nicolás Maduro, a líder opositora María Corina Machado liderou neste sábado uma nova manifestação em Caracas contra o anúncio, feito pelas autoridades eleitorais, de que Maduro foi reeleito na votação de domingo passado. Os opositores, amparados por vários governos da região, acusam o regime de fraudar a votação, e declaram que o diplomata aposentado Edmundo González, que substituiu María Corina na disputa, foi o vencedor do pleito. González não participou da marcha.

Às milhares de pessoas que compareceram à marcha opositora, no bairro de Las Mercedes, María Corina defendeu que seus aliados resistam às investidas do regime e prometeu “não sair das ruas”.

— A nossa luta transcende o político. Já vencemos a etapa eleitoral, agora vem uma nova etapa. Mas nunca fomos tão fortes como hoje, o regime nunca foi tão fraco como hoje — disse María Corina. — Todos sabíamos o que estávamos enfrentando. Eles são capazes de tudo, mas não podem contra a nossa organização.

— Todos sabíamos que este processo era muito complexo, todos sabíamos os cenários colocados. Muitas pessoas nos disseram que era impossível provar fraude, mas o que demonstramos foi vitória — disse María Corina, fazendo ainda um apelo aos funcionários públicos e integrantes do governo para que se juntem à oposição. — Não vamos sair das ruas, não vamos sair da organização cidadã. Quero aproveitar este momento para falar com cada um dos funcionários que trabalham para o Estado, para o sistema judicial, para a polícia e Forças Armadas: olhem para suas mães, vocês têm responsabilidade com suas mães, com a História, vocês também farão parte da reconstrução.

“Estamos aqui com orgulho de sermos venezuelanos. Temos o respeito e a admiração do mundo inteiro”, Machado iniciou seu discurso.

“Assim como demoramos muito para alcançar a vitória eleitoral, agora vem uma etapa que enfrentamos dia a dia, mas nunca fomos tão fortes quanto hoje, nunca”, ela acrescentou aos apoiadores em Caracas.

No discurso, María Corina, que na quinta-feira disse estar escondida por temer pela própria vida, não se mostrou intimidada e pediu às pessoas para que “não caiam em provocações”.

— Não promovemos a violência e sair para protestar cívica e pacificamente não é violência. Não vamos abrir mão do nosso direito ao protesto cívico — disse a líder opositora.

Depois das palavras de Machado os manifestantes cantaram o hino nacional.

O candidato presidencial da oposição, Edmundo González Urrutia, não compareceu ao ato.

A principal opositora de Nicolás Maduro escreveu em um artigo no Wall Street Journal, na quinta-feira (31) que estava escondida e que temia pela sua vida. Isso aconteceu após o partido de Machado acusar o governo chavista de fraude nas eleições do último domingo (28).

ASSISTA AS IMAGENS DA MANIFESTAÇÃO NESTE SÁBADO 03/08 NA VENEZUELA:

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